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Indústria cresceu 14,09% em junho, preveem analistas

02 de Agosto de 2018

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Os esforços da indústria para repor as perdas sofridas durante os 11 dias de paralisação dos caminhoneiros, em maio - movimento que prejudicou entregas e, posteriormente, acabou por refrear as encomendas dos clientes - resultarão em crescimento da produção industrial um pouco maior que o habitual para meses de junho, estimam economistas.

Para 27 analistas e instituições consultados pelo Valor Data, o indicador síntese da Pesquisa Industrial Mensal subiu 14,09%, em média, contra maio dessazonalizado. Na comparação com junho de 2017, o indicador médio cresce 5%. Os dados da PIM-PF serão divulgados, hoje, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"O desempenho da produção industrial em junho reflete a recuperação do tombo que o setor levou em maio, de 10,9%, e ainda deve ganhar uns dois pontos percentuais pelo crescimento gradual que tem apresentado desde o início do ano", diz Simone Pasianotto, da Reag Investimentos, para quem o índice fechará em alta de 12,3% sobre maio dessazonalizado e moderados 3% em relação a junho de 2017.

Segundo Simone, a indústria recorreu a turnos extras para atender pedidos que não foram entregues no período em que as rodovias ficaram paralisadas e assim recuperar seus ganhos. "Então é normal essa alta um pouco maior do indicador, que deverá voltar ao ritmo gradual de crescimento nos próximos meses", analisa.

Assim como a economista-chefe da Reag Investimentos, Luiz Fernando Castelli, da consultoria GO Associados, cita o impacto no resultado do desempenho de indicadores coincidentes. Entre os quais, a alta na produção de carros - de 37%, segundo a Anfavea (associação que representa os fabricantes) - e o aumento do fluxo de veículos pesados nas estradas (em 47%), de acordo com o Índice ABCR, calculado pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias.

"Mas o indicador voltará a apresentar um ritmo de crescimento gradual, devido à baixa confiança. E nem vou falar em projeções para o segundo semestre, porque temos que observar quais serão os efeitos das eleições. Agora é que começa, de fato, o período eleitoral, com o registro das candidaturas à presidência", ressaltou Castelli.

Para Simone Pasianotto, passado o que classifica como "maio negro", é provável que a produção industrial avance, mas com vagar. "Tivemos o maio negro de 2018 e também o de 2017, com o escândalo da JBS. Tudo o que não precisamos é de mais um choque adverso este ano. Por isso, prefiro apostar na normalidade", observou a economista, que projeta crescimento da produção industrial anual de 4%.

Fonte: Valor Econômico – 02/08/2018

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