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IAC completa 130 anos e lança duas variedades de cana com alto desempenho

23 de Junho de 2017

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No próximo dia 27 de junho, às 15h, em Campinas, serão lançadas duas novas variedades de cana de açúcar, que apresentam ganhos agroindustriais em torno de 15% nas condições indicadas, quando comparadas com a variedade mais cultivada no Centro-Sul do Brasil, que é a RB867515. Outra característica positiva de ambas é o longo período de utilização industrial.

O lançamento será feito durante a cerimônia de aniversário de 130 anos do Instituto Agronômico de Campinas, na sede do IAC. No evento, estarão reunidos, além de servidores do IAC e representantes do setor agrícola, o secretário de Agricultura, Arnaldo Jardim, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette, e o vice-governador do Estado e Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Márcio França.

A mais antiga instituição de pesquisa agronômica do Brasil celebra sua atuação ininterrupta desde 1887, quando foi criada por D. Pedro II. Além de ser responsável por grande parte dos sistemas tecnológicos que viabilizam a diversidade agrícola paulista, o IAC tem contribuições em diversos Estados brasileiros e inspirou a implantação de outras instituições de pesquisa.

“Produtos como café, laranja, feijão, milho, amendoim, borracha natural e tantos outros têm a origem de seus cultivos na ciência e tecnologia desenvolvidas no Instituto Agronômico e estão presentes no dia a dia do brasileiro”, afirma o diretor-geral do IAC, Sérgio Augusto Morais Carbonell.

A cana-de-açúcar é uma das culturas pesquisadas no IAC e com esses novos materiais, o Instituto disponibiliza para o setor sucroenergético o insumo mais importante para a canavicultura, isto é, as variedades.

As novas variedades atendem a duas situações distintas — que incluem ambiente rústico e manejo favorável de cultivo. Uma delas, a IACSP01-5503 é bastante rústica e muito competitiva em ambientes restritivos, caracterizados por solos de pequena capacidade de armazenamento de água e com baixa fertilidade natural.

“Essa condição acontece em todas as regiões produtoras de cana, incluindo São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraná e Mato Grosso”, afirma o pesquisador do IAC, Marcos Guimarães de Andrade Landell.

As variedades rústicas se adaptam a condições limitantes, mas não são tão competitivas em uma situação favorável de cultivo. Com esse perfil, a IACSP01-5503 se adapta à região originalmente conhecida como o Cerrado brasileiro.

A IACSP01-5503 se mantém produtiva de maio até novembro, o que constitui um grande benefício ao setor sucroenergético, por proporcionar um longo período de utilização industrial. Essa característica é relevante por flexibilizar a época da colheita.

Já IACSP01-3127 é uma cana que apresenta alta performance em situações de manejo avançado, que inclui, por exemplo, o uso de vinhaça e outros resíduos orgânicos. Também viabiliza longo período de utilização industrial, podendo ser colhida de maio até outubro.

 “A IACSP01-3127 é muito responsiva a ambientes favoráveis e em regiões onde a distribuição de chuvas é melhor. As duas variedades tiveram ganhos agroindustriais próximos de 15% quando comparadas com a variedade mais cultivada no Centro-Sul do Brasil, que é a RB867515”, explica Landell. As duas variedades foram avaliadas nos Estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Tocantins.

Por ano, os ganhos de rendimento em açúcar variam de 1% a 1,5% e metade deste progresso é atribuída ao melhoramento genético convencional da cana-de-açúcar, como o conduzido no Programa Cana IAC.

 O Instituto Agronômico, que mantém um dos três programas de melhoramento genético de cana no Brasil, preconiza o conceito de diversificação do plantio como estratégia para promover a segurança biológica do canavial. “Nossa recomendação é que uma variedade não exceda 15% do total da área plantada e, nesse contexto, as instituições de pesquisa precisam disponibilizar, periodicamente, novas variedades”, diz.

 (Fonte: CanaOnline – 23/06/17)

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