02 de Outubro de 2018
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Depois de tentar sem sucesso a compra da Alesat, a Vitol fechou um acordo para compra de 50% da distribuidora regional Rodoil. A negociação marca a entrada da multinacional de origem holandesa no mercado brasileiro de distribuição de combustíveis.
A associação estratégica prevê investimentos na ampliação da rede de postos, em logística e em infraestrutura da Rodoil. A entrada da Vitol no capital da companhia será acompanhada de investimentos para expandir a presença da distribuidora para os mercados do Centro-Oeste e Sudeste.
O presidente da Rodoil, Roberto Tonietto, no entanto, conta que o plano de expansão só será definido com mais calma a partir do próximo ano. “O mercado não está bom [para expansões] com o programa de subvenção ao diesel. É também um ano eleitoral. Vamos esperar dar uma clareada no ambiente para depois investir”, disse o executivo.
Fundada em 2006, a Rodoil prevê um faturamento de cerca de R$ 5 bilhões para 2018. A companhia possui mais de 300 postos com sua marca e fornece para outros 1,4 mil postos nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Segundo Tonietto, a ideia é que a expansão se dê, prioritariamente, de forma orgânica, sem a realização de aquisições.
“Queremos consolidar primeiro o Sul e crescer em ondas, em espiral. É natural que o crescimento se dê primeiro para os mercados que fazem fronteira”, afirmou o executivo, que não quis informar os valores envolvidos na operação.
O negócio ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
De acordo com Tonietto, a participação de mercado da companhia na região Sul é de 6,7%. Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), de 2017, a Rodoil está entre as dez maiores distribuidoras do país e possui 1,43% do mercado nacional de gasolina e 0,88% do de diesel.
A Rodoil compra combustível das refinarias Repar (PR), Refap (RS) e Riograndense (RS).
A aquisição da Rodoil pela Vitol se dá num ano marcado pelo avanço das companhias estrangeiras sobre o mercado nacional. Nos últimos meses, a Glencore fechou a compra de 78% da mineira Alesat e a PetroChina adquiriu 30% da TTWork (que controla a Petronac, antiga Total).
“Depois que o Cade vetou a compra da Alesat pela Ipiranga, naturalmente vieram empresas interessadas em formar um segundo pelotão de distribuidoras no mercado brasileiro. A liberalização dos preços nos últimos anos também atraiu os olhares”, comentou o presidente da Rodoil.
Segundo Tonietto, contudo, o programa de subvenção ao diesel foi um “retrocesso”. “Mas os investidores internacionais entendem que é algo passageiro, não sustentável”, disse.
Valor Econômico - 01/10/18
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