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Governo anuncia crédito a caminhoneiros e R$ 2 bilhões para rodovias

17 de Abril de 2019

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O governo anunciou nesta terça-feira uma linha de crédito com fundos de R$ 500 milhões voltada à manutenção e compra de pneus por caminhoneiros autônomos e R$ 2 bilhões para conclusão de obras importantes e manutenção de rodovias e de eixos importantes.

Cada caminhoneiro poderá se financiar com até R$ 30 mil, e o crédito estará limitado a quem tem dois caminhões por CPF, segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, durante entrevista coletiva para anunciar as ações para o transporte rodoviário.

Ele disse que a linha está sendo desenhada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e será distribuída pelo sistema bancário brasileiro. A princípio, Banco do Brasil (BB) e Caixa vão operar o financiamento, enquanto os bancos privados devem entrar em uma etapa posterior.

"O presidente sempre teve na sua vida parlamentar muita proximidade com os caminhoneiros autônomos. Ao longo da campanha eleitoral, assumiu compromisso de dar melhores condições de trabalho, respeito e valorização dessa importante categoria", afirmou.

Onyx acrescentou ser fundamental trabalhar com manutenção de rodovias e concluir obras emblemáticas. “Manutenção de rodovias salva vidas. Não podemos admitir a BR 163 parada”, afirmou, acrescentando que a pavimentação dessa rodovia, que liga o norte de Mato Grosso aos portos do Pará será um grande alívio, com redução de filas e melhora da qualidade de vida do caminhoneiro.

O ministro observou ainda que o governo tenta reverter, com leilões de portos e ferrovias, a opção feita pelo Brasil pelo modal de transporte rodoviário. "Mas nós temos que lidar com uma realidade que é a escolha que o Brasil fez muitas décadas atrás", afirmou. "Temos que garantir melhores condições de trabalho para os trabalhadores autônomos e garantir o abstecimento das pessoas."

Além do ministro da Casa Civil, estavam presentes na entrevista coletiva o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, da Secretaria Geral, Floriano Peixoto, e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

Freitas destacou, por sua vez, que o governo está pronto para receber as demandas e fórum dos caminhoneiros. “Estamos prontos para ouvir a demanda. E a diferença que o fórum tem método. Demandas serão tratadas”, disse, frisando que já recepcionou demandas como piso mínimo, ponto de parada e descanso, transporte de produtos perigosos, infrações, macro regulatório, aposentadoria, cooperativismo, condição de rodovias, preços dos diesel e segurança.

Segundo o ministro, o grande desafio do governo é dar “trabalho” para o caminhoneiro autônomo. “Nosso desafio é que os caminhoneiros sejam contratados. Há ambiente favorável para isso”, frisou Freitas. “Resolvendo isso, vamos dar um grande passo para distencionamento de qualquer situação”, contou.

O anúncio faz parte do conjunto de medidas "estruturantes" para melhorar as condições gerais dos transportes rodoviário no país, em uma pauta que vai além do aumento do preço do diesel.

Depois de suspender, na semana passada, o reajuste de 5,7% no diesel, que havia sido anunciado pela Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro convocou para esta terça-feira uma reunião com ministros e técnicos da estatal para conhecer em detalhes a necessidade do aumento de preços e a estrutura de produção e revenda de combustíveis.

Sobre o diesel, Onyx disse que o preço do combustível é apenas “um dos itens” da pauta dos caminhoneiros e afirmou que o governo “sempre disse que a Petrobras tem autonomia e liberdade” para elaborar a sua política de preços. “Aqui estamos tratando de tudo aquilo que cerca o movimento dos caminhoneiros”, disse. Ele tentou desvincular o fato de uma ameaça de greve da categoria com o anúncio das medidas.

Valor Econômico - 16/04/2019

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