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Geadas impactaram com mais intensidade MS e PR, segundo Unica

24 de Julho de 2019

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No acumulado da safra de cana-de-açúcar do Centro-sul, desde o início da safra até 16 de julho de 2019, a moagem alcançou 258,13 milhões de toneladas, recuo de quase 4% na comparação com os valores apurados em igual período no último ano, segundo divulgou, hoje a Unica.

Dados de produtividade apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) baseados em uma amostra de 148 unidades produtoras indicaram um rendimento médio de 85,69 toneladas de cana-de-açúcar por hectare para a lavoura colhida em junho de 2019. Esse índice é 3,61% superior aquele observado no mesmo mês de 2018 (82,71 toneladas por hectare).

No acumulado desde o início da atual safra até o final de junho, a produtividade alcançou 84,87 toneladas por hectare, ante 82,11 toneladas verificadas em igual período do ciclo 2018/2019.

Esse incremento na produtividade agrícola foi neutralizado pela redução na quantidade de açúcares por tonelada de cana processada. Até 16 de julho, a quantidade de açúcares obtida por hectare colhido diminuiu 4% na comparação com o mesmo período da safra anterior.

Geada

Em relação aos efeitos da geada ocorrida na primeira quinzena de julho, levantamento conduzido pelo CTC em parceria com a UNICA indica que cerca de 400 mil hectares com cana-de-açúcar no Centro-Sul foram impactados. Dessa área, estima-se que aproximadamente 65% da área acometida ainda não havia sido colhida.

Cabe ressaltar que a proporção de área atingida pela geada varia entre as regiões produtoras do Centro-Sul. De forma geral, foram verificados impactos mais relevantes em Mato Grosso do Sul e Paraná, assim como na região sul do Estado de São Paulo. Áreas representativas com lavoura de cana-de-açúcar em Minas Gerais, norte de São Paulo e Goiás também foram prejudicadas.

“Em algumas unidades produtoras, a geada chegou a impactar quase 50% da área cultivada”, explicou o Rodrigues.

Nas áreas atingidas em que a lavoura já havia sido colhida, é esperado algum impacto na produtividade do próximo ciclo agrícola. Nas regiões em que a cana não havia sido colhida, o prejuízo causado pela geada depende do estágio de desenvolvimento da lavoura acometida. Isso porque, no caso de morte da gema apical situada no ápice da planta é necessária a antecipação da colheita da área afetada, mesmo que a cana-de-açúcar ainda não tenha atingido o estágio ideal de maturação e desenvolvimento.

“Na nossa visão, a área de cana adulta impactada pela geada poderá apresentar perda média de até 5 toneladas por hectare na produtividade esperada para essa safra”, acrescenta o diretor da UNICA.

Além da perda de produtividade, nas unidades em que o impacto da geada foi relevante, existe a necessidade de redesenho do planejamento da colheita. Como consequência dessa mudança, é esperada perda de qualidade da matéria-prima que não será processada no ponto ideal de maturação.

“A alteração no cronograma de colheita em algumas unidades deve comprometer a qualidade da cana colhida na safra 2019/2020. Esse aspecto pode reduzir ainda mais a concentração de ATR na planta, que já apresenta valor médio inferior ao do ano passado”, conclui Rodrigues.

No acumulado desde o início da safra até 16 de julho de 2019, a concentração de ATR por tonelada de matéria-prima colhida atingiu 126,31 kg, contra 131,71 kg no ciclo 2018/2019.  No comparativo quinzenal, a queda alcançou 4,89% (mais de 7 kg): 138,03 kg de ATR por tonelada na primeira metade de julho de 2019, ante 145,13 kg verificados no mesmo período do ano passado.

Produção de açúcar e de etanol

No agregado do ciclo 2019/2020 até 16 de julho de 2019, a produção de açúcar atingiu 10,86 milhões de toneladas, ante 12,17 milhões de toneladas em igual período do último ano.  A fabricação acumulada de etanol, por sua vez, alcançou 12,83 bilhões de litros, dos quais 8,87 bilhões de litros de etanol hidratado e 3,96 bilhões de litros de etanol anidro.

Em relação ao etanol de milho, entre abril até o dia 16 deste mês, a produção somou 338,68 milhões de litros, crescimento de 80,34% sobre o volume apurado para o mesmo período de 2018.

Vendas de etanol

O volume de etanol comercializado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul nos primeiros 15 dias de julho totalizou 1,38 bilhão de litros, sendo 109,44 milhões de litros direcionados ao mercado externo e 1,28 bilhão de litros vendidos domesticamente.

No mercado interno, a quantidade de etanol hidratado comercializado alcançou 914,08 milhões de litros, alta de 17,37% na comparação com o volume comercializado na mesma quinzena de 2018.

No caso do etanol anidro, as vendas domésticas alcançaram 361,02 milhões de litros, recuperação de 9,14% sobre a mesma quinzena do ano passado.

Rodrigues ressalta que “o levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que na última semana apenas 6 municípios da amostra apurada nos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás apresentaram paridade de preço com a gasolina acima de 70%”. Essa condição retrata a elevada competividade do hidratado para o consumidor e explica o maior volume de etanol comercializado pelas usinas, conclui o executivo.

De fato, análise compilada pela UNICA a partir de dados publicados pela ANP indica que na semana de 14 a 20 de julho de 2019, o preço relativo do etanol hidratado em relação à gasolina alcançou 53,9% no Mato Grosso, 61,9% em São Paulo e Goiás, e 67,6% no Paraná.

Fonte: Unica – 24/7

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