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"Futuro do etanol é sustentável", diz Martinho Ono da SCA Etanol do Brasil

26 de Maio de 2017

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A SCA Etanol do Brasil, empresa que comercializa etanol e presta serviços de corretagem, logística e informações sobre o setor da bioenergia, comemorou na última semana 17 anos de fundação, atuando por quase duas décadas neste segmento estratégico para a política energética brasileira.

Celebrando esta data, a Agência UDOP de Notícias entrevistou o presidente da SCA Etanol do Brasil, Martinho Ono, que destacou, dentre outros pontos, o papel fundamental do biocombustível de cana-de-açúcar na matriz energética brasileira, além das externalidades positivas do setor e ainda falou sobre o Programa RenovaBio.

Confira abaixo a entrevista do presidente da SCA, Martinho Ono.

Quais foram as principais conquistas da SCA nestas quase duas décadas de trabalho?

Martinho Ono: O maior legado foi ter o nome da SCA consolidado e reconhecido pelo mercado de energia renováveis, como empresa séria, competente e ética. A equipe de profissionais qualificada, motivada e compromissada é o nosso maior ativo. O reconhecimento e a credibilidade aos nossos serviços proporcionaram a longevidade e a oferta de novos serviços em nosso portfólio.

Fazendo um comparativo entre os dois períodos (da fundação e agora) como podemos definir o mercado de etanol, quais as principais mudanças de cenário?

Martinho Ono: Tivemos na década passada, o ressurgimento do etanol hidratado com o lançamento dos carros bicombustíveis no Brasil, oportunidade em que tivemos fortes investimentos no setor sucroenergético, com a inauguração de mais de uma centena de greenfieds, com forte expansão no centro oeste brasileiro. Também havia uma forte expectativa de que os combustíveis renováveis seriam a opção de vários países, abrindo perspectivas de elevada exportação pelo Brasil. Mas nesta década, mais precisamente após a descoberta do pré-sal, tivemos uma reversão total na política energética dos produtos renováveis pelo governo brasileiro. O estímulo ao uso da gasolina, com preços subsidiados e com a redução e corte da CIDE, o setor teve enormes consequências negativas, ocasionando o fechamento de mais de 70 usinas, alto nível de endividamento e a paralização integral de novos greenfieds. Portanto, vivemos dois cenários completamente distintos, uma de extremo otimismo com o futuro e depois de enorme frustração.

Hoje a SCA representa quantos produtores? Qual era o número no início da corretora?

Martinho Ono: A SCA sempre foi a maior corretora independente, desde sua criação, com 30 unidades produtoras e junto com o crescimento e surgimento de novas unidades manteve-se na vanguarda. Atualmente prestamos serviços de corretagem de etanol, açúcar e informações de mercado e recentemente lançamos nosso novo serviço denominado Aliança de Compras para os mais de 60 clientes.

Com investimentos mais robustos em pesquisas para os carros elétricos, você acredita que o etanol poderá se manter sustentável dentro desta cadeia?

Martinho Ono: O Brasil tem dois ativos que o mundo não tem. Temos uma rede de quase 40 mil postos de combustíveis espalhados pelo país com oferta de etanol hidratado e somos o único país com frota de automóveis Flex fuel que corresponde a 75% dos automóveis do ciclo Otto. Com estes ativos e as externalidades positivas que o etanol produz para a sociedade, para o ambiente, para a economia, para a saúde, não tenho dúvida que o seu futuro é sustentável. Mais do que isso, o governo e a sociedade devem se orgulhar e reconhecer o etanol carburante, como um patrimônio genuinamente brasileiro.

O governo federal, através do MME, lançou no final do ano de 2016 o RenovaBio, que dentre outras ações prevê que em 2030 o Brasil produza 54 bilhões de litros de etanol. O que se faz necessário para o atingimento desta meta?

Martinho Ono: Os últimos anos foram sem perspectivas ao setor sucroenergético, mas após as mudanças dos responsáveis pelo setor de biocombustíveis no MME, especialmente após a chegada do Miguel Ivan Lacerda, nossa esperança voltou com o lançamento do RenovaBio. Como integrante do grupo de trabalho do RenovaBio, posso assegurar se conseguirmos aprovar o programa, da forma que está proposto, no CNPE e no Congresso Nacional, com futuro previsível e sustentável economicamente, não tenho dúvidas de que teremos a volta dos investimentos, que garantirão o aumento da produção e oferta de etanol.

(Fonte: Agência UDOP de Notícias - 25/05/17)

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