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Fornecedor de cana espera bônus para fechar conta

13 de Março de 2020

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A maior parte dos fornecedores de cana-de-açúcar continuou dependendo de bonificações oferecidas por usinas, que não são obrigatórias, para fechar as contas sem prejuízos nesta safra.

Segundo levantamento da consultoria Pecege, o custo médio de produção da cultura, incluindo arrendamento, que é preponderante entre fornecedores, seguiu acima do preço de referência do Consecana no acumulado da safra 2019/20 até fevereiro, apesar da diferença estar menor do que na safra passada.

Do início da safra, em abril do ano passado, até o último mês, o custo médio de produção de cana ficou em R$ 103,50 por tonelada, de acordo com levantamento feito com mais de 200 fornecedores espalhados por nove Estados. No total da safra passada (2018/19), o custo unitário foi recorde e alcançou R$ 104 por tonelada.

A leve redução do custo unitário nesta safra explica-se principalmente pela recuperação da produtividade média da cana nas lavouras, diluindo os custos totais, segundo dados do Pecege.

Favorecido pelo clima mais favorável na temporada, o rendimento da colheita no universo de fornecedores pesquisados pela consultoria subiu de 78 toneladas por hectare na safra passada para 80 toneladas por hectare na atual.

Dessa forma, enquanto o preço pago com referência no Consecana, medido por quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) - correspondente à sacarose extraída da cana - passou por uma valorização nesta safra, refletindo os preços melhores de açúcar e etanol do que na safra passada, o custo por ATR se manteve estável.

Segundo o Pecege, o custo ficou, de abril a fevereiro, em R$ 0,77 por quilo de ATR, igual à última temporada. O preço recebido com base no Consecana, porém, continuou menor, em R$ 0,64 por quilo de ATR até fevereiro, embora 10% maior do que o da safra 2018/19.

Ainda se trata do maior custo unitário, ao menos desde 2007/08, quando começa a série histórica da consultoria. Mas a margem negativa é a segunda menor desse período, de R$ 0,13 por quilo de ATR, ficando abaixo apenas do ciclo passado.

Além do valor recebido do Consecana, que serve de referência para o pagamento de matéria-prima das usinas aos fornecedores, muitas indústrias pagam um valor adicional, acertado em contratos privados, como forma de reconhecimento ao produtor. Cada empresa acerta o seu valor, o que dificulta a avaliação sobre o quanto os pagamentos colaboram nas finanças dos produtores.

 

Fonte: Valor Econômico - 13/03

 

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