02 de Fevereiro de 2018
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Atenta à diversificação das fontes energéticas, Uberlândia sediou o primeiro Seminário Internacional sobre Biogás e Desenvolvimento Regional, na sede da FIEMG Regional Vale do Paranaíba, na noite do dia 30 de janeiro. O evento contou com a participação de profissionais do setor de energia, engenharia ambiental, empresários, instituições de ensino e fomento e do poder público municipal.
Mais de 150 pessoas participaram do evento que discutiu a importância das energias renováveis e da eficiência energética não só para as indústrias, mas para a gestão sustentável de cidades.
A programação começou com a palestra do especialista alemão em biogás, Michael Ilig. Ele é doutor no assunto e detalhou os planejamentos da empresa ME-LE na produção, construção e operação de plantas industriais na cadeia dessa matriz energética. “O biogás é energia e meio ambiente junto. Ele gera energia elétrica, bioetanol, biodiesel e pode ser processado como substituto do gás natural. Como resíduo da produção, o biogás vira biofertilizante, produto melhor do que o fertilizante mineral”, explicou.
A ME-LE desenvolve atividades na Alemanha (país de origem), China, Vietnã, Índia e agora se instaurou no Brasil. Uberlândia é uma das cidades que terá uma planta da empresa, o que renderá um investimento de R$ 30 milhões. Ainda segundo Ilig, a empresa agrega a tecnologia e o conhecimento já adquirido nas novas indústrias, mas sempre abre espaço para acrescentar técnicas da região. “Queremos sempre incluir a tecnologia local em nossas instalações”, destacou o especialista.
A empresa alemã também assinou um acordo de cooperação em que fará um curso de oito meses com professores selecionados pela Confederação Nacional da Indústria, em parceria com o Ministério da Educação. O objetivo é que esses pesquisadores entendam mais profundamente sobre a matriz energética e possam multiplicar o conhecimento aos integrantes do Sistema S e, posteriormente, para a iniciativa privada como um todo.
Apesar de pouco conhecido, o biogás é uma matriz energética que tem sido desenvolvida ativamente no Brasil. Hoje, 38 empresas integram a Associação Brasileira de Biogás e Biometano (Abiogás). A gerente-executiva da Abiogás, Camila D’aquino, comentou sobre o potencial brasileiro e o cenário do segmento na atualidade. “O biogás é muito competitivo e no Brasil, diferentemente de países europeus que desenvolveram essa matriz, não precisamos do subsídio. O que precisamos é de conhecimento e equipamento”, disse.
Ainda segundo D’aquino, o Brasil tem o maior potencial de produção de biogás do mundo. “Nosso potencial supriria em 24% a energia elétrica do país com as potências instaladas. O biogás é apontado pela Empresa de Pesquisa Energética como elemento relevante na matriz energética brasileira nos próximos 10 anos”, completou.
Segundo o presidente da FIEMG Regional Vale do Paranaíba, Sr. Everton Magalhães, “o evento trouxe a temática à luz do desenvolvimento regional, considerando a importância das energias renováveis e da Eficiência Energética não só para as empresas, mas para a gestão de cidades. Existem ainda dois pontos relevantes que abordados: a eficiência energética como pilar da Indústria 4.0 e da Internacionalização de Empresas e, ainda, a possibilidade de captação de novas empresas e investimentos desse setor.”
Setor Sucroenergético
O setor sucroenergético é um dos segmentos do país que tem mais oportunidades de produção de biogás através da vinhaça (resíduo do etanol), torta de filtro e bagaço. Esse foi um dos pontos importantes citados no Seminário sobre Biogás e Desenvolvimento Regional, realizado, no dia 30 de janeiro, na FIEMG Regional Vale do Paranaíba (Uberlândia).
O gerente Ambiental da SIAMIG, Jadir Oliveira, participou do evento e ressaltou que há uma grande perspectiva para o aumento da produção e oferta de biogás em função da nova Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio, que incentivará não somente essa fonte de combustível renovável como o etanol, biodiesel e querosene de aviação.
Entre várias pessoas, estavam presentes no Seminário também o Coordenador de Sustentabilidade e o Analista Ambiental do Grupo Coruripe, Bertholdino Apolônio e Aristoclides Costa, respectivamente.
Fonte: FIEMG / SIAMIG – 02/02/2018
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