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Faturamento da indústria mineira caiu 15,3%

05 de Julho de 2018

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Como já era esperado, a greve dos caminhoneiros que parou o Brasil por onze dias, em maio, impactou fortemente o desempenho da indústria mineira. Diversas empresas interromperam sua produção por falta de insumos, e a logística para a distribuição das mercadorias também foi prejudicada. Tudo isso fez com que o parque produtivo mineiro tivesse não somente seu ritmo de crescimento interrompido, mas registrasse também recorde de retração no faturamento na série com ajuste sazonal.

A percepção foi confirmada pela Pesquisa Indicadores Industriais (Index) realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que identificou recuo de 15,3% no faturamento da indústria mineira em maio, na comparação com o mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal.

De acordo com a economista da entidade, Daniela Muniz, com exceção do resultado de novembro de 2008, quando o indicador caiu 18,1% – devido à crise financeira mundial – essa foi a maior queda observada no setor desde o início da série histórica, em fevereiro de 2003.

“A paralisação dos rodoviários interrompeu o fluxo de mercadorias pelo País, inviabilizando a produção de diversos setores. Várias empresas suspenderam suas atividades por falta de insumos ou por elevação nos estoques. Isso refletiu no nível de produção daquele mês”, justificou.

Em relação ao mesmo período do ano passado, também foi identificada forte retração. Ao todo, o faturamento diminuiu 14,8% em maio deste ano sobre a mesma época de 2017.

Da mesma maneira, as horas trabalhadas na produção e a utilização da capacidade instalada também recuaram, em linha com os efeitos negativos da greve. As quedas, no caso das horas trabalhadas, foram de 3,4% na série com ajuste sazonal e de 3,8% na análise interanual. Já o nível de utilização da capacidade instalada caiu de 79,5% em abril para 79,2% em maio.

Em contrapartida, o emprego, a massa salarial e o rendimento médio real continuaram positivos no mês. No caso do emprego, os aumentos foram de 0,3% e 1,1%, respectivamente. Na massa salarial, de 1,1% em maio contra abril e 1,6% no quinto mês deste ano contra maio de 2017. Já no rendimento, as altas foram de 1% e 0,5%.

“Os indicadores mais afetados no primeiro momento dizem respeito à produtividade. Os demais refletirão mais os desdobramentos da greve, como o tabelamento do frete, por exemplo”, explicou.

No acumulado do ano, o faturamento e o rendimento médio real mostraram pequeno avanço em relação aos primeiros cinco meses do exercício passado. Aumento de 1,3% no primeiro caso e de 0,5% no segundo. Já as horas trabalhadas e o emprego recuaram: -2,1% e -0,4%, respectivamente. A massa salarial, por sua vez, ficou estável.

Legado - Nesse contexto, segundo Daniela Muniz, a greve dos caminhoneiros colaborou para uma piora das perspectivas de recuperação da atividade industrial mineira em 2018.

“Além do impacto observado nos resultados de maio, é importante ressaltar que o legado da greve foi bastante negativo. Considerando a grande ociosidade já observada na indústria, e a confiança dos empresários que não vinha tão bem, é possível que os próximos meses também sejam afetados pelos desdobramentos da paralisação”, adiantou, destacando as incertezas geradas a partir da greve e as medidas adotadas pelo governo como forma de conter o movimento.

Fonte: Diário do Comércio - 05/07/2018

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