15 de Março de 2017
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A indústria de Minas Gerais reage ao baque provocado pelo forte desaquecimento da economia, apresentando a segunda taxa positiva de crescimento da produção, de 4,8%, em janeiro último, frente ao mesmo mês de 2016, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Depois de 32 meses de queda nessa base de comparação, o resultado reverteu o recuo de 3,6% observado no último trimestre do ano passado. Outra boa notícia para um dos setores mais sacrificados pela crise da economia brasileira é que as fábricas do estado mostraram também ligeira recuperação, de 0,7%, na comparação de janeiro com dezembro.
Assim, o ritmo de operação nas unidades industriais de Minas acumulou ganho de 9,9% nos últimos três meses terminados no começo deste ano. O desempenho melhor da indústria mineira na comparação com janeiro de 2016 se deu em seis das 13 atividades pesquisadas pelo IBGE.
De acordo com o instituto, a principal contribuição veio das indústrias extrativas, com expansão de 23,6%, seguida dos produtores de minerais não metálicos (11,7%), produtos de fumo (28,3%) e de máquinas e equipamentos (33%).
A despeito disso, o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias foi o que tem maior influência negativa sobre a indústria de Minas, com recuo de 12,1% da produção frente a janeiro de 2016. Houve redução da produção também nas áreas de produtos de metal (-13,7%), metalurgia (-2,1%), coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (-4%) e bebidas (-8%).
No Brasil, a produção industrial avançou em 12 dos 15 locais pesquisados em janeiro ante o mesmo mês de 2016. A expansão média foi de 1,4%. Houve alta de 1,2% em São Paulo, o principal parque industrial do país. Pernambuco, com expansão de 14,1%, Espírito Santo (13,4%) e Mato Grosso (13,3%) assinalaram os avanços mais intensos, segundo o IBGE.
As altas nesses locais foram impulsionadas, em Pernambuco, pelos setores de produtos alimentícios; no Espírito Santo, pela metalurgia (tubos flexíveis e trefilados de ferro e aço e bobinas a quente de aços ao carbono) e indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo, minérios de ferro e gás natural); e, em Mato Grosso, também pelo setor de alimentos.
Contudo, é ainda cedo para comemorações, admitiu o analista da Coordenação de Indústria do IBGE, Rodrigo Lobo. A Pesquisa Industrial Mensal/Produção Física Regional, do instituto, revelou que queda de 0,1% na média nacional de dezembro de 2016 para janeiro último, concentrada em cinco dos 14 locais pesquisados. “Teve essa concentração negativa e os resultados ainda estão muito oscilantes”, afirmou Lobo. Além disso, o pesquisador lembrou que a base de dados está deprimida.
A queda foi puxada por Bahia (-4,3%), Ceará (-3,4%) e Rio Grande do Sul (-3,1%), locais que haviam registrado taxas positivas no mês anterior: 1,6%, 11,6% e 6,2%, respectivamente. Houve retração também na Região Nordeste (-1,8%) e Paraná (-0,8%). No sentido oposto, cresceu a produção em São Paulo, Espírito Santo (4,1%), Pará (2,4%), Goiás (2,4%) e Pernambuco (2,1%).
Ainda na contramão da recuperação mostrada frente a janeiro de 2016, a produção industrial da Bahia caiu 15,5%, recuo mais elevado em janeiro último, “pressionado pelo comportamento negativo vindo dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel, óleos combustíveis e naftas para petroquímica), de veículos automotores, reboques e carrocerias (automóveis), de metalurgia (barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre) e de indústrias extrativas (minérios de cobre, gás natural e óleos brutos de petróleo)”.
(Fonte: ESTADO DE MINAS – 15/03)
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