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EUA são 'elefante na sala', afirma diretor-geral da OMC

09 de Junho de 2017

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Para o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, ainda é muito cedo para saber como evoluirá a relação da instituição com a nova administração dos Estados Unidos, presidida por Donald Trump. Entre os governos com os quais a OMC enfrenta hoje maiores divergências, o embaixador brasileiro cita Washington como o mais problemático.

— O elefante na sala são os EUA. Eles têm uma nova administração que apresenta uma visão claramente diferente da administração anterior no que diz respeito a negociações comerciais, e precisamos entender como isso tudo vai repercutir no processo até a conferencia ministerial da OMC de dezembro, em Buenos Aires. Ainda estamos em um estágio em que é muito difícil dizer o que se pode alcançar até lá, e é isso que estamos discutindo agora — disse o embaixador brasileiro em Paris, onde participa da reunião da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O embaixador brasileiro diz que as negociações da OMC com a administração Trump não estão bloqueadas, mas ainda reina a incerteza em relação aos parâmetros em que será balizada anova relação.

— Eles querem trabalhar com a OMC, têm preocupações com certas áreas do trabalho que fazemos em Genebra, mas não houve ainda uma especificidade maior sobre como dar tratamento a isso, e precisamos conversar um pouco mais. Todo país quer fazer as coisas à sua maneira, mas não vejo neste momento nenhuma indicação de ruptura. Acho que é uma questão de trabalhar, mas em que bases ainda é muito cedo para dizer. Internamente nos EUA há um processo de consultas, entre a administração, o Congresso e o setor privado, e acho que esta conversa lá ainda não amadureceu a ponto de nos dar clareza do que poderá ser feito concretamente.

Azevêdo não se diz nem otimista nem pessimista em relação às negociações da OMC com os EUA, “eu sou engenheiro, sou realista, senão o edifício cai. Este é um processo muito importante neste momento”, afirmou.

(Fonte: Folha de São Paulo – 08/06/17)

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