30 de Junho de 2017
Notícias
De olho na sustentabilidade e na redução de emissão de carbono, indústrias mostram caminhos alternativos e altamente rentáveis para a aplicação da cana-de-açúcar
O que é possível produzir a partir do caldo da cana-de-açúcar e de seu bagaço? Se a resposta foi açúcar, etanol e energia, você está correto, mas não de maneira completa. Os participantes do painel Cana e Inovação: novos usos e produtos, realizado durante o Ethanol Summit, mostraram que o uso da commodity, com adoção crescente da biotecnologia, está em transformação, mesmo que ainda de forma reduzida e altamente especializada.
“Promovemos uma discussão que evidenciou, a partir do exemplo de grandes empresas como a Amyris, Braskem, TetraPak e Fibraresist, o potencial de crescimento do mercado especializado, que ganhará cada vez mais importância por apelos de sustentabilidade, redução de emissão de carbono e necessidade de inovação”, pontuou André Nassar, diretor de Estratégia e Novos Negócios da Agroicone, responsável pela mediação do painel.
O segmento atualmente é pequeno, mas representativo – são cerca de seis milhões de toneladas, de uma moagem de cana 100 vezes maior, destinada à produção de açúcar para consumo humano e etanol carburante, que atendem nichos de mercado. “Desenvolvemos inúmeras soluções, entre elas um aditivo para a produção de pneus, que o público final já tem acesso”, pontua Fernando Reinach, conselheiro da Amyris.
Aqueles que costumam adquirir produtos longa vida vivenciam na prática a adoção do polietileno verde. “Hoje, utilizamos matérias-primas renováveis nas embalagens que comercializamos. Assim, elevamos para mais de 80% seu potencial de reciclagem e evitamos o uso de matérias-primas advindas de combustível fóssil”, afirma Valéria Michel, diretora de meio ambiente da TetraPak. O polietileno utilizado pela TetraPak foi uma solução desenvolvida pela Braskem, que é 100% renovável e, ao invés de emitir carbono, o captura.
É fato que as indústrias químicas e empresas de biotecnologia estão na fronteira deste movimento, todavia, todo este potencial – que não concorre com a produção de alimentos – pode e deve ser considerado pelas usinas. “Firmar parcerias para o desenvolvimento de novos produtos poderá gerar ótimos ganhos para as usinas. Não necessariamente de forma imediata, mas em futuro mais ou menos distante. É importante que as usinas estejam sempre atentas a tendências e possam transformar algumas delas em negócios”, esclarece André.
Muito além de debater apenas as iniciativas e ações B2B, a TetraPak apresentou no evento uma campanha de conscientização de seus consumidores, a Tô de Olho, já em circulação no YouTube. Reduzir o impacto na cadeia de valor, desenvolver produtos sustentáveis e promover reciclagem pós-consumo são itens do pilar de meio ambiente, que faz parte de nossa estratégia global.
“Queremos que o consumidor saiba que a embalagem utilizada tem matérias-primas renováveis e que também leve isso em consideração nas suas escolhas”, salienta Valéria.
(Fonte: CanaOnline – 30/06/17)
Veja também
24 de Abril de 2024
Evento do MBCB destaca potencial da descarbonização da matriz energética brasileiraNotícias
24 de Abril de 2024
WD Agroindustrial promove intercâmbio cultural em aldeia indígena para celebrar o dia dos povos origináriosNotícias
24 de Abril de 2024
Raízen encerra safra 2023/24 com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladasNotícias