19 de Junho de 2019
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O potencial de exportação do etanol brasileiro foi um dos temas discutidos hoje (18/6) no Ethanol Summit, um dos maiores eventos mundiais sobre energias renováveis, realizado em São Paulo. Os países asiáticos foram apontados como a próxima fronteira para as vendas externas de etanol.
Segundo estimativas da Agência Internacional de Energia, entidade ligada à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), os biocombustíveis devem ampliar a participação no setor de transportes em 19% até 2023 no mundo todo. Países em desenvolvimento, como a China e a Índia, representam grande potencial de expansão no consumo de energias renováveis.
Durante o painel sobre as oportunidades internacionais para o etanol brasileiro, Marcos Jank, CEO da Aliança Agro Brasil e professor do Insper, destacou o potencial de consumo países como a China, Índia e Filipinas. Na Índia, há uma tendência natural em direcionar o excedente da cana de açúcar para a produção de etanol, de acordo com Jank. Este ano, o país deve estabelecer uma meta de presença de 7,2% de etanol na gasolina e de 10% em 2020.
Segundo Jank, a China tem um potencial de consumo de 19 bilhões de litros por ano de etanol. Ele também frisou o papel preponderante do Brasil na liderança no discurso sobre a importância dos biocombustíveis para a segurança energética e a proteção do meio ambiente nos países asiáticos.
Plinio Nastari, conselheiro do Conselho Nacional de Política Energética, disse que a expansão do consumo de gasolina na China, que cresce a um ritmo de 6% ao ano, deve levar a uma maior demanda por etanol.
“O país produz pouco etanol e deverá necessitar importar mais para balancear a composição nas bombas de combustível nos postos”, afirmou. Ele também lembrou que o Brasil não precisa se limitar a exportar fontes de energia sustentável, mas também transferir a tecnologia dos carros flex e do modelo de programas que incentivam o uso de biocombustíveis.
O secretário de petróleo, gás natural e combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Felix Carvalho Bezer, também participou do evento. Os países asiáticos, em sua visão, poderão adotar uma nova perspectiva para o ciclo de cana de açúcar e do milho, o que poderá beneficiar o Brasil e outros países exportadores de biocombustíveis.
“Novas políticas de uso de energias renováveis deverão aumentar a demanda por esse tipo de insumo”, disse.
Globo Rural - 18/06/2019
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