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Etanol e açúcar: comportamento do mercado de frete em abril

12 de Maio de 2017

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Para o mercado do açúcar, o mês de abril foi caracterizado pelo início oficial da safra 2017/18 nas principais regiões produtoras do estado de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná.

Segundo relatório elaborado pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística (Esalq-LOG), da Universidade de São Paulo (USP), mesmo com a intensificação da colheita e com a moagem favorecendo o açúcar em detrimento do etanol, os volumes comercializados para exportação não tiveram variações positivas elevadas, pois nem todas as usinas começaram a movimentação.

“Os fluxos mais intensos são nas regiões onde a moagem está mais avançada, como Ribeirão Preto e Araçatuba”, relata o grupo, em documento assinado pelo responsável técnico Gabriel Detoni.

Ainda de acordo com o relatório, o valor dos fretes em abril apresentou pouca variação em relação a março, especialmente porque havia uma oferta adequada de caminhões. Além disso, regiões como Piracicaba e Ribeirão Preto já estavam contando com valores elevados de fretes.

“As principais regiões produtoras apresentaram pequenas variações de até 3% no valor dos fretes, porém, o mês de abril foi caracterizado principalmente pela manutenção nos valores”, afirma e completa: “A única região que apresentou uma variação positiva foi Araçatuba por conta do maior volume comercializado”.

om relação aos portos, o Esalq-LOG aponta que o Porto de Santos apresentou dificuldades no início de abril em função das chuvas que atingiram a região portuária. Isso afetou regiões como Piracicaba e Pirassununga, uma vez que grande parte dos seus fluxos foram modal rodoviário direto para Santos.

Por sua vez, o açúcar originário de Ribeirão Preto e Araçatuba, além de utilizar transporte rodoviário direto para Santos, também utilizou o terminal ferroviário de Itirapina, que, segundo o relatório, contou com uma pequena redução da oferta de vagões se comparado com o mês anterior.

Já a região de São José do Rio Preto optou por também utilizar o porto Paranaguá, que apresentou boa disponibilidade de cotas no mês de abril.

Etanol

Enquanto a açúcar apresentou poucas mudanças, as movimentações de etanol em abril aumentaram em relação ao mês de março. De acordo com relatório específico do combustível, assinado pela responsável técnica Luiza Mazzafera, o principal etanol movimentado foi o hidratado, pois a Resolução ANP nº 67/2011 estabelece que produtores e distribuidores devem manter estoques de etanol anidro até 31 de março.

“Assim, parte das vendas dos distribuidores na primeira quinzena do mês foram atendidas pelo produto que estava armazenado, o que reduziu a retirada das usinas”, afirma.

Segundo o documento, muitas usinas optaram pela estocagem de etanol, motivadas pelos preços em queda. “As cotações apenas apresentaram sinais de recuperação nas duas últimas semanas do mês devido ao fato das distribuidoras adquirirem novos volumes para atender as vendas dos feriados prolongados do mês de abril”, complementa.

Assim, apesar da melhora nas negociações de etanol, a oferta de veículos no mercado foi elevada, o que fez com que a maior parte dos fretes continuassem baixos. Além disso, a operação nas bases de distribuição ocorreu normalmente, o que não gerou atrasos nas operações de carregamento e descarregamento.

Conforme o Esalq-LOG, a região Centro-Oeste chegou a apresentar queda nos fretes devido à opção das usinas pela estocagem e, também, devido à alta disponibilidade de veículos. Já na região Sudeste, com destaque para Paulínia e Ribeirão Preto, as distribuidoras registraram maior procura para realizar fretes e, por esse motivo, foram registrados reajustes positivos.

O documento ainda considera que o volume de etanol importado desacelerou em relação ao mês de março, enquanto as exportações aumentaram devido ao início da safra. “Devido ao maior volume destinado à exportação, direcionado em principal ao porto de Santos, os fretes nessas rotas também aumentaram”, relata.

Expectativas para maio

Para o açúcar, as expectativas para o mês de maio é a consolidação da moagem da safra 2017/18, com um mix voltado para o açúcar, acompanhando o mercado internacional. “Quanto ao valor dos fretes, a tendência é de estabilidade nos valores das principais regiões produtoras em função do equilíbrio entre a oferta de caminhões e o volume comercializado”, complementa.

Já para o etanol, a expectativa é que as usinas intensifiquem a produção a partir de maio, de modo que os fretes sejam reajustados positivamente. Isso ocorre porque, com o aumento da demanda, cresce também a competição por veículos.

(Fonte: Esalq –LOG – 11/05/17)

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