18 de Outubro de 2017
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O consumo de etanol em Minas Gerais está crescendo mensalmente e a tendência é de demanda aquecida nos próximos meses. Com preços mais competitivos que os da gasolina, o consumo do biocombustível é estimulado e algumas usinas no Estado optaram por reverter parte da cana-de-açúcar que seria destinada à produção de açúcar para a geração de etanol.
A moagem da safra 2017/18 de cana-de-açúcar em Minas Gerais já totalizou 80% do volume previsto, que será de 64 milhões de toneladas.
Os últimos dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostram que, em Minas Gerais, as vendas de etanol somaram 134,79 milhões de litros em agosto, volume que ficou 23,43% maior que os 109,2 milhões de litros comercializados no Estado ao longo de julho.
Os dados da ANP mostram que desde fevereiro é registrado aumento no consumo mensal do etanol.
Para que o consumo do etanol seja favorável, o preço do biocombustível deve ser pelo menos 30% inferior ao da gasolina. E é o que tem acontecido no Estado.
De acordo com o presidente-executivo da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais, Mário Campos, o consumo de etanol tem sido impulsionado pelos preços mais competitivos que os da gasolina e a tendência é de novas altas.
“O principal fator que vem estimulando o maior consumo de etanol são os preços mais competitivos. Com o aumento dos valores da gasolina, a paridade tem sido positiva para o etanol. O consumidor fez as contas e percebeu que é interessante migrar. Nossa expectativa é que as vendas em setembro também superem o volume registrado em agosto”.
Além do período de safra, o preço mais competitivo do etanol em relação à gasolina se deve à mudança na política de definição dos preços da Petrobras, que passou a ser balizada pelo valor praticado no mercado internacional e parou de sofrer interferências do governo, o que já prejudicou muito o setor produtivo do etanol.
Levando em conta as variações internacionais, os preços da gasolina subiram e garantiram a competitividade do biocombustível.
Com o maior consumo, segundo Campos, algumas usinas instaladas no Estado estão redistribuindo a produção e os 20% restantes da safra de cana-de-açúcar tendem a ser mais alcooleira do que açucareira.
“Nas últimas quinzenas houve uma reversão do mix tornando a safra mais alcooleira. Esta mudança foi importante devido ao maior consumo de etanol, em um período que o mercado do açúcar está com preços menores que os praticados no ano passado”, explicou Campos.
A colheita e a moagem da safra mineira de cana-de-açúcar seguem equivalentes ao volume registrado no ano passado. Até primeiro de outubro, já haviam sido esmagadas cerca de 52 milhões de toneladas de cana, volume que representa 81% da estimativa de moagem para a safra, que é de 64 milhões de toneladas.
A produção de açúcar já totalizou 3,5 milhões de toneladas e 2,1 bilhões de litros de etanol total.
Clima - A maior parte das usinas deve encerrar a safra em novembro, caso as condições climáticas sejam favoráveis. A tendência é de chuvas mais constantes, o que auxilia na safra do ano que vem, mas interfere no ritmo de colheita.
“No final de setembro e início de outubro tivemos chuvas importantíssimas após mais de 100 dias sem precipitações nas regiões produtoras de cana, mas ficamos alguns dias com a colheita parada. A estiagem causou danos aos canaviais.
No período tivemos muitos incêndios que atrapalham na dinâmica da colheita e na brotação da cana. Além disso, o inverno foi muito atípico, muito frio, e a cana estava sofrendo, principalmente a cana do final da safra e a rebrota.
A expectativa é que o restante da primavera e o verão sejam mais chuvosos e esperamos recuperar parte dos danos, mas estamos preocupados com a safra do ano que vem”, explicou.
(Fonte: Diário do Comércio - 18/10/17)
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