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Etanol 2G deve ganhar escala com nova fábrica da Clariant

27 de Setembro de 2018

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A primeira planta industrial para a produção de etanol celulósico a partir de resíduos agrícolas na Romênia comprova a viabilidade dos biocombustíveis de segunda geração (2G) para tornar a matriz energética mais sustentável.

Segundo a Clariant, uma das líderes mundiais em especialidades químicas, a fábrica terá capacidade para produzir anualmente 62 milhões de litros do combustível renovável utilizando uma tecnologia chamada Sunliquid, desenvolvida pela empresa e que vem se consolidando desde 2015.

O consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, explica porque a tecnologia 2G é chave para tornar o etanol ainda mais competitivo e atender à crescente demanda por biocombustíveis no Brasil e no mundo. Atualmente, 66 nações possuem mandatos ou estudam adicionar combustíveis renováveis aos fósseis.

“Os biocombustíveis 2G serão estratégicos no âmbito do Acordo de Paris, em que 190 países assumiram metas de redução das emissões de gases de efeito estufa nas próximas décadas. Haverá, portanto, a necessidade de substituir, impreterivelmente, fontes poluidoras (gasolina e diesel) por energias alternativas. E neste sentido, o etanol é o combustível liquido preferido para cumprir este papel, algo já reconhecido por entidades globais como a Agência Internacional para as Energias Renováveis (INENA)”, afirma Alfred.

No Brasil, a Raízen, associada da UNICA, foi pioneira na fabricação de etanol celulósico a partir da palha e do bagaço de cana-de-açúcar. Em 2014 iniciou a produção comercial em uma fábrica localizada em Piracicaba (SP), com capacidade instalada para 42 milhões de litros de etanol ao ano. O especialista da UNICA observa que, no País, o uso de processos biotecnológicos capazes de transformar resíduos agrícolas ou urbanos em energia renovável devem ganhar ainda mais força com a implementação da Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio.

“As metas de redução de emissões de gases de efeito estufa estabelecidas pelo RenovaBio [10% até 2028] vão estimular a produção de etanol, que deverá atingir 47 bilhões de litros em 2030. Neste contexto, inovações tecnológicas como o 2G e novas variedades de cana, incluindo a transgênica, farão uma enorme diferença”, enfatiza Alfred.

UNICA – 26/09/2018

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