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Estudo detalha porque os motores flex seguirão à frente dos híbridos e elétricos

09 de Janeiro de 2020

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O avanço dos motores elétricos não representa risco aos automóveis abastecidos com gasolina e etanol, no chamado ciclo Otto. Pelo menos até 2030 a frota brasileira seguirá, em sua grande maioria, atendida pelos combustíveis convencionais.

“O perfil de vendas de automóveis será majoritariamente a combustão interna e flex fuel”, destaca a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia (MME), no estudo “Demanda de Energia dos Veículos Leves: 2020-2030”, divulgado em dezembro último.

Os flex fuel, segundo o trabalho, ampliarão sua participação. Respondiam por 76% da frota em 2018 e chegarão a 92% em 2030.

Já os veículos híbridos (não plug in, sem alimentação na rede elétrica) seguem ampliando sua participação no mercado. O estudo da EPE estima que eles alcançarão 4,2% dos licenciamentos daqui dez anos.

“Já a inserção dos híbridos plug in (alimentados em rede elétrica) e elétricos não terá significância estatística até 2030”, atesta a empresa do MME.

Obstáculos no caminho

Países industrializados, segundo referências empregadas no trabalho da EPE, estariam aprisionados a sistemas de energia e transporte fundamentados em combustíveis fósseis, devido a processos de dependência de caminho fomentados por retornos tecnológicos e institucionais crescentes em escala.

“Desta forma, poderia existir barreiras significativas para uma transformação estrutural deste segmento”, relata.

No caso brasileiro, a eletromobilidade (veículos elétricos puros, híbridos, veículos movidos a célula de hidrogênio e os alimentados por cabos externos) enfrenta outros desafios.

Entre eles estão o custo dos veículos (muito elevado para a realidade nacional), a infraestrutura de recarga (que requer investimentos elevados, arcabouço regulatório, precificação e especificação das instalações) e as baterias (que ainda demandam melhor desempenho e possuem elevados custos de matéria-prima).

Consenso

Em seu estudo, a EPE destaca, entretanto, investimentos crescentes de empresas do setor automotivo em veículos híbridos e elétricos.

“Muito embora exista um consenso de que o futuro da indústria automotiva será consideravelmente diferente do quadro atual, não está claro quando tal futuro chegará e, ainda, como esses novos paradigmas serão difundidos”, destaca o trabalho.

“As perguntas-chaves para a indústria automotiva e para o planejamento energético são: a transição será disruptiva e rápida ou será incremental e longa?”

Segundo a EPE, o Brasil registrará aumento da posse do veículo individual.

Essa tendência considera o aumento da renda per capita da população e da taxa de urbanização das cidades, associada ao baixo nível de motorização e a um transporte coletivo ainda deficiente.

Sendo assim, a frota de veículos leves, somada à de ônibus e caminhões, deverá corresponder, até 2030, a cerca de 60 milhões de veículos.

Como resultado, o nível de motorização evolui de 5,0 habitante/autoveículo em 2018 para 3,7 habitante/autoveículo em 2030 (ou 0,20 e 0,27 autoveículos/habitantes respectivamente), semelhante ao observado em países como Argentina, Chile e México em 2015.

 

Fonte: Energia que Fala com Você – 9/1

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