06 de Dezembro de 2019
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Os estoques de etanol formados pela indústria sucroalcooleira para enfrentar o período de entressafra, que vai de dezembro a março, devem ser suficientes para garantir o abastecimento do mercado considerando os níveis atuais de demanda. Mas alguns fatores, como um possível novo reajuste da gasolina, que tende a direcionar ainda mais o consumidor para o biocombustível, podem pressionar as reservas e levar a um aumento de preços acima do esperado para o período.
Os estoques de etanol hidratado no Centro-Sul, principal região produtora do país, atingiram 6,6 milhões de m³ no dia 15 de novembro, ante 6,2 milhões de m³ em igual período do passado, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A demanda pelo biocombustível tem se mantido robusta. As vendas de etanol no acumulado de abril a meados de novembro somaram 21,6 milhões de m³, alta de 11pc na comparação anual, segundo a União da Industria de Cana-de-Açúcar (Unica).
O avanço da produção de etanol, no entanto, foi menor que o crescimento do consumo na safra 2019-20. A fabricação, incluindo hidratado e anidro, subiu 8pc na comparação anual, para 30,8 milhões de m³.
Produtores do Centro-Sul direcionaram 65% da cana-de-açúcar à produção de etanol e 34,8% ao açúcar ao longo da safra, em comparação a 64,2% e 35,7%, respectivamente, na temporada anterior. A quantidade de cana processada pelas unidades produtoras subiu quase 6% na safra 2019-20 até 16 de novembro na comparação com igual período na temporada passada, para 562,74 milhões de t, segundo a Unica.
O consumo de etanol deverá retornar aos volumes recordes já no início da nova safra, em abril, segundo o presidente da União Nacional de Bioenergia (Udop), Amaury Pekelman. . Até lá, os produtores brasileiros devem controlar as quantidades de açúcar e etanol produzidos, mantendo, assim, a competitividade do segmento.
Algumas usinas só devem entrar no mercado ao longo das próximas semanas conforme a necessidade de fazer caixa, numa tentativa de garantir o suprimento do biocombustível pelo maior tempo possível na entressafra.
A safra 2020-21 deverá ser similar ao ciclo 2019-20 - o que indica um crescimento limitado na colheita, de acordo com projeções da consultoria Canaplan. A previsão é de que a colheita atingirá 577,6 milhões de t na temporada 2019-20, alta de menos de 1pc ante os 573,1 milhões de t colhidos na safra 2018-19.
As usinas devem seguir favorecendo a produção de etanol em detrimento do açúcar no próximo ano ao mesmo tempo em que a demanda tende a crescer.
Fonte: Argus Media – 5/12
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