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Entidades podem adiar aumento da mistura de biodiesel

19 de Fevereiro de 2019

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Há quase um ano, a proporção de biodiesel no diesel comercial aumentou de 8% para 10%. E até 2023, deverá atingir 15%, conforme decisão do conselho nacional de política energética. Mas um novo impasse envolvendo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, e entidades que representam o setor pode adiar o aumento da mistura.

A Anfavea, enviou ao Ministério de Minas e Energia um relatório em que, de forma consensual, fabricantes não recomendam aumentar o teor de biodiesel no óleo diesel comercial para 15%. A Anfavea tinha até o dia 1º de março para entregar este relatório, feito a partir de testes com o biocombustivel em diferentes empresas. A Associação criticou o conceito usado para a realização dos ensaios, disse que a quantidade de itens a serem avaliados era grande e a disponibilidade de combustível limitada. Assim, sugeriu ao Ministério de Minas e Energia a divisão dos testes.

A Anfavea reconhece que alguns testes não apresentaram alterações, mas diz que a conclusão dos testes mostrou que, caso o governo decida aumentar o teor de biodiesel no óleo diesel comercial para 15%,os veículos poderão apresentar danos ambientais, aumento de custo operacional para o transportador e impactos para a segurança do veículo, principalmente para a frota em circulação que não está adaptada para o novo teor de biodiesel.

Contrárias a esta decisão, associações que representam o setor de biodiesel criticam a Anfavea. Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, Abiove, e a Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil, Aprobio, disseram que os estudos realizados até o momento com o B15 mostram que a maioria das fabricantes não registrou qualquer problema real no funcionamento dos veículos.

As entidades também afirmaram que, até 2023, ano para o aumento efetivo da mistura em 15%, há tempo suficiente para debater e fazer eventuais ajustes de modo a garantir a segurança do usuário. Disseram ainda que a decisão do Conselho Nacional de Política Energética está alinhada com a estratégia de diversos países do mundo e reforçam o sucesso operacional da mudança realizada até o momento. Segundo as entidades, o biodiesel vem garantindo segurança de fornecimento e menores custos aos consumidores de ciclo diesel, com redução de preços no longo prazo.

UOL - 19/02/2019

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