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Energia nova por R$ 108 bilhões

21 de Dezembro de 2017

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O leilão de Energia Nova A-6, operacionalizado na manhã de ontem pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), foi encerrado depois de duas horas e quinze minutos de negociações, movimentando R$ 108,463 bilhões ao todo, com a contratação de 572,518 milhões de megawatt-hora (MWh), ao preço médio de R$ 189,45/MWh. O certame envolveu 63 projetos.

A fonte térmica a gás natural foi a que mais vendeu energia, um total de 409,996 milhões de MWh, a R$ 213,46/MWh, o que correspondeu a deságio de 33% em relação ao preço inicial de R$ 329,00/MWh. Já a fonte eólica (energia gerada por meio da força dos ventos) vendeu 121,286 milhões de MWh, ao preço médio de R$ 98,62/MWh, o que significou deságio de 64,2%.

Para geração de energia movida à biomassa, o governo comercializou volume de 22,484 milhões de MWh, ao preço médio de R$ 216,82/MWh, deságio de 34%. Por fim, para a fonte hídrica houve contratação de 18,751 milhões de MWh, a R$ 219,20/MWh, com desconto de 22% em relação ao preço inicial de R$ 281/MWh.

O resultado do leilão apontou expressiva queda dos preços da energia, com deságio médio de 54,65% e de 38,70%, respectivamente, colocando o país em pé de igualdade com outros países, que vinham conseguindo contratar energia a preços melhores. É o que indicou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Augusto Barroso.

“Ficamos satisfeitos com o resultado do leilão com destaque importante para os preços, que registraram recordes, colocando o Brasil no mesmo nível de preços no mundo”, disse o executivo durante coletiva de imprensa.

Ainda assim, pelo menos para 2018, o brasileiro não deve esperar conta mais de energia, depois de a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ter aprovado orçamento para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) com aumento na previsão de subsídios na conta de luz. Os consumidores de energia serão obrigados a pagar R$ 16,019 bilhões para custear gastos com subsídios e programas sociais do governo. Com isso, deverá haver impacto médio de 2,14% nas tarifas em 2018.

No leilão de ontem, a energia eólica para entrega em 2023 foi contratada ao valor médio de R$ 98,62 por megawatt-hora (MWh), abaixo dos R$ 118,89/MWh da energia eólica mais barata já contratada (considerando os preços atualizados pela inflação), e do preço médio de R$ 108/MWh para os projetos eólicos contratados no leilão A-3 da última segunda-feira, quando já haviam atingido o valor mínimo. Neste certame, também a energia solar atingiu o valor mais baixo negociado, de R$ 145,68/MWh na média.

Os empreendimentos de energia nova contratados ontem somam 3,841 mil megawatts (MW) de potência, ou 2,930 mil MW médios de garantia física. Para saírem do papel, eles vão precisar de R$ 13,94 bilhões em investimentos, segundo dados da CCEE. Quando estiverem prontos e iniciarem o fornecimento, o que deve ocorrer em janeiro de 2023, receberão, juntos, receita fixa anual de R$ 2,566 bilhões, ainda de acordo com a CCEE.

Entre os projetos contratados, 49 são parques de energia eólica, seis são Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), além de seis térmicas a biomassa e duas termelétricas a gás natural. Na fonte térmica a biomassa, foram contratados seis projetos, que utilizam como combustível bagaço de cana ou cavaco de madeira, somando 177 MW.

As usinas serão localizadas em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Por fim, as PCHs somam 139 MW de potência e serão instaladas em rios localizados nos estados de Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Goiás.

Fonte: Estado de Minas – 21/12/17

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