Enchentes afetam indústria de etanol nos EUA; gasolina vai à máxima em cinco anos

As enchentes de março que castigaram o Meio-Oeste norte-americano prejudicaram a indústria do etanol, pressionando os preços e “aprisionando” barris no interior do país, enquanto a costa norte-americana sofre com a escassez do biocombustível.

As enchentes históricas de março causaram uma série de golpes em grandes áreas de uma indústria de etanol que já estava lidando com altos estoques e um lento crescimento da demanda doméstica.

E a escassez de etanol é um fator que tem impulsionado os preços da gasolina em Los Angeles e no sul da Califórnia para o nível mais alto do país, podendo chegar a 4 dólares o galão pela primeira vez desde 2014, segundo a empresa de monitoramento GasBuddy.

O preço de referência para o etanol usado na maioria dos contratos de fornecimento saltou inicialmente com as notícias das enchentes, mas foi prejudicado pelo aumento das águas em torno de Chicago, o que interrompeu o fluxo de barcaças e as vendas. Isso contrasta com os preços nas costas, que aumentaram drasticamente – com importações pesadas do Brasil, principal concorrente do etanol dos EUA.

As inundações infligiram bilhões de dólares em danos às plantações e casas no Meio-Oeste dos EUA e derrubaram cerca de 13 por cento da capacidade de produção de etanol.

O etanol dos EUA é feito de milho e exigido pelo governo para ser misturado ao suprimento de combustível do país para reduzir as emissões de poluentes.

Enquanto algumas usinas de etanol foram inundadas, o principal efeito do aumento das águas foi fechar as linhas ferroviárias que servem como as principais artérias para as entregas de milho e etanol.

Os preços do etanol na costa dos EUA aumentaram devido à escassez, mas os produtores do Meio-Oeste foram incapazes de tirar vantagem por causa das linhas ferroviárias bloqueadas, disseram fontes do mercado à Reuters.

“Infelizmente para qualquer um que tenha sido afetado por problemas de logística, foi um golpe duplo. Você não conseguiu capturar o rali (de preços)”, disse um operador.

Reuters – 08/04/2019