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Empresas voltam a gastar com cartão-combustível

12 de Dezembro de 2017

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As três maiores operadoras de cartão-combustível e gerenciamento de despesas de frotas corporativas que atuam no país – a Ticket Log, da francesa Edenred, a Wizeo, da também francesa Sodexo, e a CTF, da americana FleetCor -, projetam aumento de vendas em 2018, após retração do mercado em 2016 e estabilidade em 2017.

A maior parte dessa retomada virá do aumento da base de clientes, com a adesão de mais empresas a esse tipo de serviço – a utilização de cartões-combustível e programas para gestão de outras despesas de frotas. Hoje, essa modalidade é usada para pagar em torno de 20% dos cerca de 60 bilhões de litros de combustível que abastecem anualmente os veículos corporativos no Brasil. Para os executivos do setor, essa taxa deve subir para 25% este ano e 30% em 2018.

“A crise levou as empresas a cortarem custos e isso afetou a utilização da frota. Este ano, por exemplo, o volume [de combustíveis] ainda está em queda, com uma baixa de 2,8% em relação ao ano passado. Um de nossos clientes, por exemplo, que tinha 1,3 mil caminhões, reduziu a frota para mil”, conta o diretor geral da Ticket Log, Gustavo Chicarino, que responde pela operação da líder do setor no país, com cerca de 70% de participação de mercado.

Mas, diz Chicarino, essa crise também atraiu “clientes virgens” – empresas que gerenciavam elas próprias as despesas de combustíveis e de manutenção, mas aderiram aos cartões da Ticket Log. “O nosso crescimento tem sido mais por ‘clientes virgens’ do que pela atração de carteiras de concorrentes”, disse.

O grupo Edenred fatura € 1,1 bilhão por ano, sendo cerca de € 350 milhões no Brasil – onde comprou em janeiro do ano passado, por R$ 790 milhões, a Embratec, dona das marcas Ecofrotas e Expers de cartões de abastecimento de combustível e de manutenção de veículos. Com o negócio, passou a 27 mil clientes corporativos, que representam um universo de um 1,3 milhão de cartões e uma rede de postos de gasolina e oficinas de manutenção de 36 mil fornecedores.

A concorrente Sodexo, que divide com a Edenred o mercado brasileiro de cartões de benefícios, como vale-refeição, decidiu que precisa ganhar escala no segmento de cartões-combustível no país. Como parte do plano, a companhia passa a usar esta semana a marca Wizeo nos cartões-combustível. “Queremos dobrar nossa base de clientes até 2020”, disse o diretor executivo de gestão de frotas da Sodexo Benefícios e Incentivos, Rodrigo Somogyi, que responde hoje por uma área que atende 500 clientes corporativos, 13 mil cartões ativos e uma rede de 6 mil fornecedores.

A Sodexo vai buscar crescer sobre a base de clientes que já possui no país – 95 mil empresas que contratam os serviços de alimentação ou usam um dos cartões ou sistemas de benefícios a funcionários da companhia francesa. “Vamos usar nossa base de clientes corporativos para fazer ‘cross sell’ além de também buscar clientes que não usam esse tipo serviço”, afirmou Somogyi.

Ele diz que essas plataformas de pagamento negociam melhores condições de preços e prazos com os postos de gasolina, oferecem serviços de telemetria e outras ferramentas que ajudam as empresas usuárias de cartões-combustível a economizarem.

Mas antes de começar a enxergar a Edenred e a Ticket Log no horizonte, a Wizeo da Sodexo terá que se aproximar da vice-líder do mercado, a CTF Technologies, comprada em 2012 pelo grupo americano FleetCor – o maior do mundo nesse negócio, com meio milhão de clientes em 43 países -, dono no Brasil também da CCR e da Sem Parar.

A diretora comercial da companhia, Vanessa Viel, disse que a demanda no país voltou a crescer pelos serviços de cartões-combustível e gestão de despesas de frotas, como reflexo da retomada da atividade econômica. “Vemos a reação de consumo, especialmente em alguns segmentos de atividade econômicas, como transportadoras e varejo”, disse a executiva da empresa que responde por aproximadamente 10% desse mercado.

Segundo Vel, este ano a companhia tem crescido a um ritmo da ordem de 13% sobre 2016 em volume de combustível consumido. “Projetamos que essa tendência vá ser reforçada em 2018, com dois vetores, o de clientes novos, que ainda não usam nenhuma das ferramentas, e também a atração de clientes de concorrentes”, afirmou.

Fonte: Valor Econômico – 11/12/17

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