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Emissão de gases de efeito estufa cresce 24% em Minas

03 de Janeiro de 2017

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(Foto: Cristina Horta/Estado de Minas)

Cerca de 124 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente foram lançadas na atmosfera em Minas Gerais em 2014. O número, divulgado ontem (2) pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), faz parte de uma estimativa e é 24% maior do que o observado em 2005, ponto de partida do estudo da entidade que traz as projeções de emissão de gases de efeito estufa (GEE) no Estado. Em dez anos, as emissões médias anuais por habitante em Minas passaram de 4,8 toneladas para 6 toneladas. As maiores contribuições vieram dos setores de energia e agropecuária.

De 2005 a 2014, o segmento de energia apresentou uma variação positiva de 35%, passando de 34 milhões para 46 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente emitidas na atmosfera. No mesmo intervalo, a agropecuária registrou alta de 15% no lançamento dos gases do efeito estufa, saindo de 43 milhões para 49 milhões de toneladas.

O gerente de Energia e Mudanças Climáticas da Feam, Felipe de Miranda Nunes, explica que desde o início da série histórica da pesquisa vem havendo um crescimento constante da emissão de gases em todos os setores contemplados no estudo: energia, indústria, agricultura e resíduos. Nunes ressalta, no entanto, que durante esses dez anos algumas atividades tiveram comportamentos variados. Em 2009, por exemplo, em função da crise econômica, a indústria produziu menos e, por isso, registrou queda no indicador.

“Em Minas, a maior contribuição da agropecuária vem da emissão de metano decorrente da bovinocultura. O bovino possui uma fermentação entérica que gera emissão de metano. Portanto, o crescimento do rebanho nos últimos anos no Estado fez com que aumentasse a emissão. Mas o maior crescimento vem mesmo do setor de energia, principalmente pelo uso dos combustíveis fósseis, como o óleo diesel”, explica o gerente da Feam.

Para contornar a situação e ajudar o Brasil a cumprir a meta assumida junto à Organização das Nações Unidas (ONU) de redução de 43% da emissão dos gases de efeito estufa até 2030, o governo estadual conta com o Plano de Energia e Mudanças Climáticas de Minas Gerais (Pemc). Em implantação desde 2016, o programa foi criado com o intuito de desenvolver ações que sejam capazes de reduzir, nos próximos 15 anos, algo em torno de 1 tonelada de gases emitidos por pessoa no País.

“O que o plano deseja, o que precisamos, é desacoplar a curva de emissão de gases de efeito estufa da curva de crescimento, de desenvolvimento econômico. No caso da energia, por exemplo, se investirmos fortemente em etanol, poderemos aumentar a frota sem aumentar as emissões”, destaca Nunes.

O gerente da Feam cita algumas ações voltadas tanto para a agropecuária como para a área energética, que apresentaram maior emissão nos últimos anos. No primeiro caso, Nunes ressalta o programa de agricultura de baixo carbono e a expansão de práticas pecuárias com menor emissão de gases. Para o setor de energia, o programa foca no incentivo à expansão da utilização dos biocombustíveis, substituindo a gasolina e o diesel por combustíveis renováveis como o etanol e o biodiesel.

Apesar das medidas para redução da emissão dos gases, as projeções da Feam para os próximos anos ainda apontam a manutenção do setor de energia como o principal emissor e um aumento da participação da indústria. Por outro lado, a fundação acredita que com a implementação das ações previstas no Plano de Energia e Mudanças Climáticas do Estado, a agropecuária tende a obter uma queda.

(Fonte: Diário do Comércio – 03/01)

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