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Dívida do setor de cana do Brasil aumenta em 18/19 com pressão do dólar, diz Rabobank

18 de Abril de 2019

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O endividamento do setor sucroenergético brasileiro pode ter aumentado até mais de 20 por cento na safra 2018/19, encerrada em março, diante de um dólar mais forte e moagem de cana reduzida, disse nesta quarta-feira o gerente sênior de Relacionamento do Rabobank, Manoel Queiroz.

Segundo ele, o endividamento na temporada passada ficou entre 137 e 146 reais por tonelada de cana processada, versus 120 reais no ciclo 2017/18. Os valores consideram uma determinada amostra de usinas analisadas pela instituição.

O intervalo de endividamento projetado pelo banco é o maior desde os 148 reais por tonelada registrados em 2014/15.

"Tem um efeito nessa dívida, que é o câmbio. Entre 30 e 40 por cento da dívida das usinas é em dólar. E o dólar deu um pulo (na última safra) de 18,94 por cento. Além disso, a moagem caiu 4,90 por cento", comentou ele durante evento do setor sucroenergético em Ribeirão Preto (SP).

Com efeito, as unidades do centro-sul, principal polo canavieiro do mundo, moeram aproximadamente 573 milhões de toneladas de cana na última temporada, de 596 milhões em 2017/18, segundo os dados fechados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

Já o dólar, que iniciou o ciclo anterior na casa de 3,30 reais, chegou a marca de 4 reais no fim de março, diante de preocupações no mercado quanto ao andamento de reformas macroeconômicas propostas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

Reuters – 18/4

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