01 de Fevereiro de 2017
Notícias
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou R$ 88,3 bilhões para projetos de investimento em 2016, um recuo nominal (sem descontar a inflação) de 35% em relação ao ano anterior, quando os desembolsos atingiram R$ 135,9 bilhões.
O recuo é o maior já visto na série histórica do desempenho da instituição, que inicia em 1995 e traz comparações anuais desde 1996. Antes disso, a queda mais intensa havia sido registrada em 2015, quando as liberações do banco de fomento cederam 28% em termos nominais (sem descontar a inflação).
Em volume, os R$ 88,3 bilhões desembolsados pelo BNDES no ano passado representam o menor montante desde 2007, quando a instituição liberou R$ 64,8 bilhões. Antes disso, a última vez que o banco de fomento registrou desembolsos abaixo de R$ 100 bilhões foi em 2008 (R$ 90,9 bilhões).
No ano passado, foram aprovados R$ 79,2 bilhões em financiamentos, e as consultas atingiram R$ 110,4 bilhões. No caso das aprovações, o tombo foi de 28%, enquanto no das consultas foi de 11%, informou o BNDES.
O banco liberou R$ 25,9 bilhões para projetos de infraestrutura em 2016, um tombo de 53% ante 2015, sem descontar a inflação. A queda foi maior do que a observada no total de desembolsos.
A indústria foi o destino de R$ 30,1 bilhões em desembolsos de janeiro a dezembro, diminuição de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o Progeren, linha do BNDES para financiar capital de giro, desembolsou R$ 2,7 bilhões no ano passado, alta de 68% frente a 2015.
Ainda segundo o BNDES, o setor de comércio e serviço recebeu R$ 18,3 bilhões em aportes, recuo de 40% na comparação anual. Os desembolsos para agropecuária totalizaram R$ 13,9 bilhões, praticamente estáveis, com alta de 1% no período.
O superintendente da área de Planejamento e Pesquisa do banco, Fabio Giambiagi, descarta a retomada do patamar de R$ 100 bilhões já em 2017. “O retorno a um patamar de R$ 100 bilhões não está em perspectiva imediatamente. Não seria realista trabalharmos com isso para este ano”, disse Giambiagi.
Em dezembro passado os desembolsos do banco somaram R$ 11,8 bilhões, acima da média mensal de 2016. Para Giambiagi, ainda não há uma tendência firme de recuperação, principalmente após tantos meses de quedas significativas das liberações de recursos
“A tendência é que até o fim do ano isso avance, mas não dá para dizer que o aumento de dezembro per si signifique uma retomada”, disse em entrevista coletiva.
O departamento de pesquisa do banco trabalha com uma estimativa de crescimento do País em 2017 entre 0,5% e 1%. Para Giambiagi, a redução da taxa básica de juros, a Selic, pode ajudar a reduzir o endividamento de empresas e famílias, impulsionando a economia. A área tem um cenário base com a Selic caindo e terminando o ano em 9,5% a 9,75% ao ano.
Questionado se a queda da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) ajudaria também a aumentar a demanda de recursos junto à instituição de fomento, o executivo preferiu não comentar e disse que é uma decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN).
(Fonte: Agência Estado – 1/2)
Veja também
24 de Abril de 2024
Evento do MBCB destaca potencial da descarbonização da matriz energética brasileiraNotícias
24 de Abril de 2024
WD Agroindustrial promove intercâmbio cultural em aldeia indígena para celebrar o dia dos povos origináriosNotícias
24 de Abril de 2024
Raízen encerra safra 2023/24 com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladasNotícias