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DATAGRO e Santander realizam a abertura de safra 2020/21

11 de Março de 2020

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A abertura da Safra de Cana, Açúcar e Etanol 2020/21 do Centro-sul, promovida pela  DATAGRO Santander, acontece hoje em Ribeirão Preto, com várias palestras.

O destaque da abertura foi a assinatura de contratos com o banco Santander para escriturar e custodiar Créditos de Descarbonização (CBios), dentro do RenovaBio, para 15 usinas produtoras de biocombustível. Entre elas estão as usinas mineiras Bioenergética Aroeira, Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) e Bevap.

 

O evento reúne produtores, fornecedores, autoridades do meio político, presidentes de associações, como Mário Campos, da SIAMIG, entre outros.

Foram também homenageados os principais idealizadores e apoiadores do RenovaBio, o diretor da ANP,  Décio Oddone, Miguel Ivan, diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia e o presidente da plataforma Biofuturo, Renato Godinho.

Neste primeiro ano de vigência, o RenovaBio poderá movimentar US$ 287 milhões, ou mais de R$ 1,3 bilhão, que significará receita adicional aos produtores de biocombustíveis. Essa estimativa, a mais aceita no mercado, é feita com base na projeção do governo para o preço médio de cada CBio, de US$ 10, e também na meta de descarbonização dos transportes deste ano, que é individualizada para cada distribuidora.

Para 2020, as distribuidoras terão que comprar, no total, 28,7 milhões de CBios - cada CBio equivale a 1 tonelada de carbono de emissão evitada com a venda de biocombustíveis no lugar de combustíveis fósseis. Para 2021, a meta será de 41 milhões de CBios - ou seja, o uso de biocombustíveis terá que evitar a emissão de 41 milhões de toneladas de carbono ao substituírem combustíveis fósseis. A distribuidora que não cumprir sua meta está sujeita à multa ou até à suspensão de suas atividades.

A compra dos CBios ocorrerá em mercado de balcão e será registrada pela B3, que também disponibilizará sua plataforma Trader para as negociações. A plataforma de registro dos CBios será disponibilizada pela B3 na segunda metade de abril. Inicialmente, a compra de CBios será dominada pelas distribuidoras, mas o governo quer que o RenovaBio também seja acessado no futuro por outros agentes que busquem a redução de emissões de carbono.

A escrituração dos CBios é feita pelas instituições financeiras a partir dos dados de venda de biocombustíveis que os produtores certificados no programa apresentam em uma plataforma do governo, a Plataforma CBio. O cruzamento das informações sobre o volume vendido e a nota de eficiência energética (referente a quanto o combustível renovável economiza em emissões) resulta na quantidade de CBios que o produtor de bicombustível tem direito a vender.

O pioneirismo do banco nesta última etapa do programa se insere na estratégia da instituição em ampliar seu atendimento ao agronegócio, tratando o setor de “forma transversal”, afirma Mario Leão, vice-presidente executivo da área corporativa do Santander.

Nos últimos cinco anos, o banco se aproximou do setor rural com a criação de 34 “lojas agro”, com agrônomos à disposição dos produtores rurais, além de disponibilização de quase 200 gerentes em agências voltadas ao atacado que estão espalhadas por 15 Estados e Distrito Federal (DF). O banco também criou uma mesa exclusiva de trading de commodities agrícolas há mais de um ano, com foco hoje em café, soja e açúcar. Agora, a materialização do RenovaBio é encarada como mais uma oportunidade de atuação do banco no campo.

“Nós queremos ser ‘o’ banco do RenovaBio”, disse o executivo ao Valor Econômico. O Santander também preparou sua corretora para atuar na intermediação das vendas dos CBios, que poderá ocorrer logo após a escrituração dos primeiros títulos. De acordo com Leão, o banco já tem encontros com as principais distribuidoras de combustíveis do país na primeira semana de abril para tratar das operações.

O vice-presidente do Santander prefere não indicar qual fatia do mercado de escrituração de CBios o banco quer abocanhar, mas ressalta que, até pela proximidade que a instituição tem com as usinas sucroalcooleiras, pretende ter uma participação “muito relevante”.

O banco ainda poderá atuar como comprador e vendedor de CBios para dar liquidez ao mercado, mas não neste ano. “Com a evolução da liquidez, conhecendo os demais atores, poderemos entrar. Pode ser a partir do segundo ano”.

 

Fonte: Gerencia de Comunicação da Siamig com informações do Valor Econômico - 11/03

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