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Cuba tem produção de açúcar entre as menores em 120 anos

10 de Junho de 2019

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A estatal cubana monopolista em açúcar, Azcuba, cumpriu com seus compromissos de exportação para esta temporada, apesar de uma produção 13% abaixo de seus planos, disse a agência de notícias oficial Prensa Latina neste final de semana, citando um porta-voz da companhia, Liobel Perez.

Perez afirmou à agência de notícias que o desempenho neste ano ficou 31% acima da produção do ano passado, de cerca de 1 milhão de toneladas.

Isso colocaria a produção da colheita deste ano em 1,3 milhão de toneladas, um dos menores níveis desde o início dos anos 1900.

O ministro da Economia, Alejandro Gil Fernandez, disse em uma reunião de governo em dezembro que o país comunista produziria 1,5 milhões de toneladas de açúcar bruto e exportaria 920 mil toneladas.

A ilha no Caribe, que já teve o açúcar como um sinônimo, produziu 1,9 milhão de toneladas de açúcar bruto na safra 2016-2017, segundo a Organização Internacional de Açúcar. Mas uma prolongada seca, o furacão Irma em setembro de 2017 e chuvas fora de época devastaram a colheita seguinte.

Cuba tem enfrentado uma grave crise de liquidez devido ao colapso de sua aliada estratégica Venezuela, além de novas sanções dos EUA e das ineficiências de sua economia de estilo soviético.

O país cortou drasticamente suas importações, o que criou novos problemas para sua já descapitalizada indústria.

Perez disse que nenhuma das 13 províncias produtoras de açúcar de Cuba atingiu suas metas, o que só foi atingido por 17 de 54 usinas.

Perez culpou vários problemas por isso, incluindo o atraso na chegada de equipamentos para as usinas, colheitadeiras e caminhões, além das más condições das estradas, da falta de trabalhadores e da qualidade da cana.

A colheita começa em novembro, entra em ritmo acelerado em janeiro e encerra em maio, quando a umidade do verão e as chuvas tornam mais difíceis e custosos os trabalhos. Usinas operando em junho são raras.

Cuba consome entre 600 mil e 700 mil toneladas de açúcar por ano e tem um acordo para vender à China 400 mil toneladas anuais. O restante da produção é vendido no mercado.

No ano passado, Cuba precisou importar algum açúcar, o que provavelmente também acontecerá neste ano.

Reuters - 09/06/2019

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