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Crescem as exportações do agronegócio mineiro

17 de Julho de 2020

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As exportações do agronegócio de Minas Gerais cresceram 8,7% de janeiro a junho de 2020, movimentando US$ 4,18 bilhões. A alta, em relação ao mesmo período do ano passado, deve-se ao bom desempenho verificado no complexo soja, que apresentou expansão de 40,1% no faturamento, no grupo das carnes, com incremento de 9,3%, e no complexo sucroalcooleiro, com ganhos 55,9% maiores na mesma base de comparação.

As expectativas são positivas para os próximos meses e a tendência é de que os embarques sigam firmes e encerrem o ano com resultado maior que o gerado em 2019. Os dados são da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

Os números da Seapa mostram que, no primeiro semestre de 2020, foram embarcadas 6,2 milhões de toneladas de produtos agrícolas e pecuários, volume 30,4% maior. No mesmo período, as importações do setor cresceram 1,62% em faturamento (US$ 331 milhões) e 3,11% em volume (381,9 mil toneladas). O resultado da balança comercial foi um saldo de US$ 3,85 bilhões, alta de 9,36%. O agronegócio respondeu por 36,1% das exportações totais feitas por Minas Gerais no intervalo.

Os principais países compradores foram China (30,1%), Estados Unidos (9,8%), Alemanha (9,8%), Itália (5,1%), Japão (3,7%) e demais 155 países com 40,7% de participação. 

Futuro – De acordo com o subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Seapa, João Ricardo Albanez, se as exportações mantiverem o ritmo nos próximos meses, a tendência é encerrar 2020 com faturamento de US$ 8,3 bilhões. “A expectativa positiva se deve aos bons resultados alcançados em importantes produtos, como a soja, cujo embarque cresceu 40% em faturamento e 45% em volume”, destacou.

Soja em alta – Os dados da Seapa mostram que o complexo soja respondeu por 28,2% dos embarques do agronegócio. Ao todo, o faturamento do complexo chegou a US$ 1,18 bilhão, 40,1% a mais quando comparado com o resultado do primeiro semestre de 2019. Em volume, foram exportadas 3,31 milhões de toneladas, 45,1% superior. 

Somente os embarques da soja em grãos somaram 3,12 milhões de toneladas, representando um avanço de 57,3% frente as 1,98 milhão de toneladas exportadas no primeiro semestre de 2019. Em faturamento, foi registrada expansão de 53,4%, somando R$ 1,07 bilhão. A China foi o principal comprador da oleaginosa.

No grupo das carnes, que representa 11,4% dos embarques do setor, a demanda proveniente da China manteve as vendas em alta. No primeiro semestre, as exportações movimentaram US$ 475,2 milhões, aumento de 9,3%. Ao todo, foram negociadas 147,4 mil toneladas de carnes, 14,4% a mais que no mesmo período do ano passado. 

Dentre os itens que compõem o grupo, o destaque foram os embarques de carne suína, que apresentaram expansão de 113,1% em faturamento (US$ 20,6 milhões) e de 89,2% em volume, com a exportação de 11,2 mil toneladas. 

A carne bovina apresentou alta de 18% no faturamento, somando US$ 362,1 milhões. Os embarques totalizaram 82,1 mil toneladas, 8,1% a mais. Já em frangos, houve queda de 21,5% no faturamento, que encerrou o período em US$ 86,5 milhões. Em volume, foi registrada alta de 17,2%, com a destinação de 51,87 mil toneladas ao mercado externo. 

“A carne suína impactou de forma positiva os resultados do grupo das carnes, isso devido à redução do rebanho de suínos da China, resultado da Peste Suína Africana (PSA). Foi um resultado muito positivo, assim como o observado na carne bovina. A tendência é de manutenção dos embarques, uma vez que os acordos entre a China e os EUA não estão evoluindo tão bem”, explicou Albanez. 

Outro produto considerado por Albanez como importante para o resultado positivo das exportações do agronegócio de Minas Gerais foi o complexo sucroalcooleiro. De janeiro a junho, os embarques movimentaram US$ 339,4 milhões, valor 55,9% maior. Em volume, o crescimento foi de 58,4%, com o embarque de 1,17 milhão de toneladas de produtos. O destaque do grupo foi o açúcar, que movimentou US$ 334 milhões, 59,6% a mais, e 1,15 milhão de toneladas, elevação de 60,1%. “Houve uma recuperação importante do complexo sucroalcooleiro. Em 2019, exportamos muito pouco e, agora, o setor vem mostrando um crescimento significativo”, disse.

Café recua – Já os embarques de café, produto que responde por 41,6% das exportações do agronegócio mineiro, ficaram menores. Em faturamento, a queda foi de 1,6% e totalizou US$ 1,74 bilhão. Ao todo, foram exportadas 750,9 mil toneladas de café, volume 7,9% inferior.

“Estamos colhendo uma safra recorde e os estoques mundiais estão baixos. O resultado das exportações dependerá do comportamento do consumidor e dos impactos da pandemia do Covid-19. O café responde por 41,6% dos embarques do setor, ainda é um volume alto, mas que vem caindo devido a maior participação de outros produtos na pauta exportadora. O grão já respondeu por 60% dos embarques. A forma como essa mudança vem acontecendo é muito positiva, porque outras cadeias estão se fortalecendo”, avaliou. 

Albanez também destaca o bom desempenho das exportações de lácteos. Foi verificado um aumento de 19,9% no faturamento do setor, que somou US$ 9,7 milhões. O volume exportado ficou 27,3% maior, com o embarque de 4 mil toneladas.

“Ainda que a participação seja pequena, estamos aumentando as vendas para a África e América do Sul. É um crescimento importante porque lideramos a produção de leite no País e temos uma estrutura de indústria e precisamos exportar”, disse.

Outros produtos que têm pequena participação nos embarques, mas que são crescentes, são os produtos apícolas, que apresentaram alta de 31% no faturamento, que atingiu US$ 3,5 milhões, seguidos por fumo e seus derivados, cujas exportações geraram um faturamento de US$ 6,4 milhões, alta de 310%, e animais vivos, grupo que apresentou crescimento de 65,5% e receita de US$ 5,6 milhões.

 

Fonte: Diário do Comércio – 17/07

 

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