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Corteva aposta em novo inseticida para a cana-de-açúcar

29 de Junho de 2020

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A Corteva Agriscience anunciou nesta sexta-feira o lançamento de um novo inseticida, o Revolux, para combate da broca da cana-de-açúcar, que gera prejuízos anuais estimados em R$ 5 bilhões ao setor no país.

O lançamento é considerado peça essencial no objetivo da Corteva de alcançar a liderança no mercado de agrotóxicos para a cultura. No ano passado, os defensivos para cana giraram em torno de US$ 1,3 bilhão no Brasil.

A Corteva não abre a fatia que detém nesse mercado. Para cana-de-açúcar, a empresa conta com 12 produtos no portfólio, entre inseticidas, herbicidas, fungicidas e um nematicida microbiológico.

“Apesar do cenário turbulento no início do ano para o setor sucroalcooleiro [de pandemia e queda no consumo de etanol], estamos otimistas”, disse Rodrigo Takegawa, líder de marketing da Corteva para a cana-de-açúcar.

Segundo ele, com 1% de infestação no canavial pela broca, pode-se perder 35 quilos de açúcar ou 35 litros de etanol por hectare.

No Brasil, 9,6 milhões de hectares são tratados contra esta praga, segundo a consultoria Spark. Apenas nos últimos dois anos, o crescimento foi de 45% nesse número. Na safra 2018/19, o Brasil tinha 10,1 milhões de hectares de área plantada, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O diferencial do produto é conter dois novos princípios ativos (espinetoram e metoxifenozide) e ter dois diferentes modos de ação, por contato e ingestão. A duplicidade de princípios ativos é considerada um dos benefícios da tecnologia por ser uma ferramenta de manejo da resistência a produtos químicos, porque evita que deixem de funcionar com o tempo. O produto também permite rotacionar controle químico e biológico nas lavouras, porque é um inseticida seletivo, ou seja, combate apenas a broca, desde seu ovo.

Mariana Castanho, diretora comercial da Corteva Agriscience para cana-de-açúcar, reconhece que 2020 tem sido um ano difícil para o setor canavieiro, mas entende que a recuperação está em curso e que os investimentos da empresa são voltados ao longo prazo.

“Triplicamos nossa força de vendas e suporte técnico ao setor para poder entregar nossos produtos e serviços e demonstrar sua eficiência”, disse ela. A equipe de vendas da área passou de 11 para 35 pessoas.

Em 2019, a Corteva faturou US$ 13,8 bilhões, dos quais US$ 2,9 bilhões na América Latina. O Brasil é o segundo país em importância para a companhia, atrás apenas dos Estados Unidos.

No Brasil, a Corteva afirma que é líder em sementes de milho e sorgo. Na área de proteção de cultivos (agrotóxicos), o grupo lidera em pastagens e arroz. Por ano, a companhia a investe US$ 200 milhões em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, de um total global de US$ 1,2 bilhão.

 

Fonte: Valor Econômico – 26/06

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