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Corte no preço da gasolina não chega ao consumidor

30 de Janeiro de 2017

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Apesar do anúncio de redução do preço dos combustíveis feita nessa quinta-feira (26) pela Petrobras, o impacto para o consumidor final pode não acontecer. E são vários os motivos que interferem nos repasses, conforme o professor de economia do Ibmec/MG Sérgio Guerra, entre eles, a margem de lucro adotada pelas diferentes distribuidoras. “O fato é que não dá para prever se o recuo nos preços vai chegar na bomba”, observa.

O especialista acrescenta que o movimento de alta e de queda nos preços são diferentes e não acontecem na mesma velocidade, o que é percebido pelo consumidor. “A alta é rápida, quase instantânea, enquanto que a queda, quando acontece, demora”, diz.

O diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Minas Gerais (Minaspetro)Bráulio Baião ressalta que a formação do preço dos combustíveis é complexa e envolve uma cadeia e não apenas nos postos. Ele diz que os estoques de cada posto de combustível interferem na velocidade da mudança nos preços.

Desde sexta-feira (27), o valor do diesel nas refinarias teve queda de 5,1%, em média, e o da gasolina em 1,4%, também em média.

A alteração, conforme a Petrobras, é explicada principalmente pelo efeito da valorização do real desde a última revisão de preços, feita em 5 de janeiro deste ano. 

A carga tributária também impacta no valor dos combustíveis, segundo o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Minas Gerais (Minaspetro) Bráulio Baião. Ele frisa que dois terços do preço dos combustíveis são fruto da carga tributária.

Baião lembra que, no último dia 24, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) anunciou a alteração dos preços de combustíveis a serem usados como referência para o cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

Os novos valores passam a vigorar dia 1º de fevereiro. “Acaba que o recuo nos preços divulgado pela Petrobras vai acabar se perdendo com o aumento da carga tributária”, diz. Ele estima que o valor do litro da gasolina deve ficar R$ 0,016 mais cara em fevereiro em Minas.

(Fonte: O Tempo – 28/01)

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