07 de Novembro de 2017
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A perspectiva é construtiva para os preços do açúcar no mercado internacional pelo menos até o início da próxima safra de cana no centro-sul do Brasil, em abril, e as usinas do país deverão tirar proveito de eventuais ralis nas cotações para realizar o hedge da produção futura, afirmou nesta segunda-feira o presidente da Copersucar, Paulo Roberto de Souza.
"No médio prazo, o viés é construtivo, por causa do mix mais alcooleiro no Brasil e pelo fato de as safras de Índia e Europa ainda não terem entrado com força no mercado. Mas daí para frente a previsão é de superávit", afirmou ele a jornalistas no intervalo da 17ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo.
Em entrevista à Reuters mais cedo, o presidente do conselho da Copersucar, Luiz Roberto Pogetti, disse que as usinas do centro-sul planejam um aumento da produção de etanol na próxima temporada (2018/19).
Assim, as usinas "têm de aproveitar ralis (nos preços), pois ainda estão pouco fixadas para a safra 2018/19", acrescentou Souza, sem citar números.
Pela estimativa mais recente da consultoria Archer Consulting, até setembro a fixação de preços futuros da próxima safra pelas usinas brasileiras alcançava 15,5 por cento da exportação projetada, o menor percentual desde a temporada 2015/16 para esta época.
Ainda segundo Souza, "haverá uma antecipação de 10 a 12 dias" no término da colheita de cana deste ano, o que se refletirá em uma entressafra maior e, consequentemente, com "preços mais sustentados" para os produtos, tanto açúcar quanto etanol.
A antecipação do fim da safra é resultado da menor oferta de matéria-prima e também do tempo seco em setembro e outubro, que favoreceu a colheita.
A Copersucar, uma das maiores companhias sucroenergéticas do mundo, com mais de 20 empresas associadas, projeta uma moagem de 595 milhões de toneladas pelas usinas e destilarias do centro-sul do Brasil na atual safra 2017/18.
O volume é inferior ao de 607 milhões de toneladas registrado no ciclo passado.
Para a próxima temporada, a 2018/19, que se inicia em abril, Souza disse que há espaço para o etanol ganhar espaço no mix, caso os preços do petróleo Brent permaneçam acima de 60 dólares por barril, a Petrobras continue com sua política de formação de preços e as cotações da gasolina nos Estados Unidos sigam sustentadas.
(Fonte: Reuters – 06/11/17)
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