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Copersucar vê aumento na produção de etanol na próxima temporada

07 de Novembro de 2017

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A brasileira Copersucar, maior comerciante de açúcar do mundo, prevê que as usinas do centro-sul aumentarão a produção de etanol na próxima temporada (2018/19), para tirar vantagem de maior demanda e preços mais altos do biocombustível, disse à Reuters o presidente do conselho da empresa, Luís Roberto Pogetti, nesta segunda-feira.

Funcionário de posto de gasolina abastece carro com etanol no Rio de Janeiro, Brasil 30/04/2008 REUTERS/Sergio Moraes

Falando no intervalo de uma conferência em São Paulo, Pogetti disse que as mudanças no mix de produção na atual safra foram modestas devido aos compromissos anteriores das usinas com o açúcar, mas que há uma chance de maiores ajustes a favor do etanol no futuro.

"No próximo ano, considerando as perspectivas de melhores retornos para o etanol, as usinas provavelmente explorarão sua flexibilidade de produção para produzir mais etanol", disse Pogetti.

Os preços da gasolina subiram 20 por cento no Brasil desde julho, devido ao aumento nos preços do petróleo e aos efeitos dos furacões nos Estados Unidos.

Como resultado, a demanda de etanol cresceu no Brasil à medida que a vantagem de preços do biocombustível sobre a gasolina aumentou.

As usinas conseguiram melhorar as margens nas vendas de etanol, obtendo melhores retornos do que com as exportações de açúcar.

A Copersucar comercializa açúcar e etanol de mais de 20 empresas no Brasil e é parceira da Cargill na Alvean, que responde por cerca de 25 por cento do comércio global de açúcar.

A atual colheita de cana no centro-sul do Brasil está prestes a terminar, e as usinas têm expectativa de processar cerca de 580 milhões de toneladas.

A maioria dos analistas não vê mudanças significativas na quantidade de cana a ser processada na próxima temporada, que começa em abril.

Apesar das expectativas de que uma maior quantidade de cana seja destinada à produção de etanol no próximo ano, Pogetti disse que não espera grandes mudanças no mercado de açúcar.

"Será mais ou menos 1 bilhão de litros (de etanol)", disse ele. "Pode estimular algum nervosismo no mercado de açúcar, mas não vejo isso como relevante."

Participantes do mercado do açúcar de todo o mundo devem participar nesta semana em São Paulo de vários eventos da indústria que culminarão com o Sugar Dinner, na quinta-feira.

Pogetti disse que agendou reuniões com muitos compradores de açúcar e etanol nos próximos dias, já que o mercado tenta medir perspectivas para a produção do Brasil em 2018/19.

Uma possível grande mudança no Brasil seria o programa RenovaBio, um plano em elaboração pelo governo para impulsionar o uso de etanol e biodiesel no país.

Mas o programa, visto como certo anteriormente, ainda não foi implementado, em meio a pressões de diversos agentes.

Pogetti disse que há um consenso no governo sobre RenovaBio, e ele espera que o programa comece a vigorar em breve.

(Fonte: Reuters – 06/11/17)

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