18 de Junho de 2019
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Maior comercializadora de açúcar e etanol do mundo, a Copersucar driblou o cenário adverso que marcou a safra passada (2018/29), com queda dos preços internacionais do açúcar, greve dos caminhoneiros e fraqueza da economia brasileira. A companhia informou ontem que teve um lucro líquido de R$ 177,5 milhões na última safra, montante 20,6% acima do resultado da temporada anterior.
A receita líquida da Copersucar bateu recorde e atingiu R$ 28,7 bilhões, marginalmente superior à da safra 2017/18. Dentro desse bolo, cresceu a participação de sua controlada Eco-Energy, maior comercializadora de etanol no mercado americano, que respondeu por 58% As operações de açúcar e etanol no Brasil responderam pelo restante.
Segundo João Roberto Teixeira, que assumiu a presidência da Copersucar no ano passado, o segredo para o resultado positivo foi a flexibilidade da companhia, principalmente em logística. No terminal no porto de Santos, a Copersucar compensou a menor produção de açúcar do Centro-Sul aumentando as operações de grãos.
Em entrevista a jornalistas, o executivo também destacou o desempenho no mercado doméstico. Na safra passada, as vendas de açúcar no país somaram 1,7 milhão de toneladas, incremento de 6,2%. Mas isso não foi suficiente para evitar a redução das vendas totais. Como as exportações caíram quase 28%, a Copersucar vendeu 3,8 milhões de toneladas de açúcar produzido por suas cooperadas na safra 2018/19, redução de 13% ante a safra passada.
Por meio da trading Alvean, na qual a Copersucar é sócia da Cargill, foram comercializados 12 milhões de toneladas de açúcar. Desse volume, metade foi originado no Brasil (6,6 milhões de toneladas). "A Alvean ganhou participação de mercado e conquistou novos destinos porque foi capaz de ampliar a originação além da Copersucar, com estratégia de parcerias", disse Teixeira. A movimentação de produtos de usinas que não pertencem ao sistema cooperado e que forneceram a commodity para a Alvean representou 50% das cargas movimentadas.
No caso do etanol, as vendas totais da Copersucar atingiram 4,8 bilhões de litros na safra 2018/19, alta de 11,6% ante os 4,3 bilhões de litros da temporada passada. Desse total, 4,1 bilhões de litros foram comercializados no mercado brasileiro.
O aquecimento do mercado interno de etanol - as vendas no país bateram recorde na temporada passada -, também rendeu frutos para a Opla, joint venture que a Copersucar tem com a BP Biocombustíveis para atuar no negócio de logística de etanol no Brasil. No primeiro ano cheio de operação, a Opla movimentou 1,3 bilhão de litros de etanol.
Na América do Norte, a Eco-Energy movimentou 9 bilhões de litros de etanol, menos do que os 9,8 bilhões de litros na safra anterior. A perspectiva para esse negócio é positiva para os próximos anos, sobretudo pela decisão do governo Donald Trump de ampliar a participação do etanol na composição da gasolina.
Valor Econômico - 18/06/2019
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