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Consumo de etanol deve aumentar em Minas Gerais

24 de Julho de 2017

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O consumo de etanol hidratado em Minas Gerais será favorecido após o reajuste da alíquota do Programa de Integração Social e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins), anunciado pelo governo federal, na última quinta-feira, incidente nos combustíveis. O aumento no PIS/Confins da gasolina tende a tornar a paridade entre os dois combustíveis favorável ao etanol, cujo reajuste foi menor. A medida é importante para o setor sucroenergético, que está em plena colheita da safra de cana-de-açúcar.

Com o reajuste, a alíquota incidente sobre a gasolina subiu de R$ 0,3816 para R$ 0,7925 o litro, uma diferença de R$ 0,41. No caso do etanol, a alíquota passou de R$ 0,12 para R$ 0,1309 para o produtor. Nas distribuidoras, a alíquota, que estava zerada, passou para R$ 0,1964. Ao todo, o reajuste no etanol será de R$ 0,20.

De acordo com o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, os preços do etanol devem ficar mais atrativos para o consumidor.

“Nós já tínhamos, em muitas localidades de Minas Gerais, uma situação caminhando para a melhor competitividade do etanol frente a gasolina. O aumento dos impostos atingiu dois produtos, mas com maior majoração na gasolina, o que efetivamente pode favorecer o etanol”, disse Campos.

Ele relembrou que, desde janeiro, o etanol havia perdido a competitividade frente a gasolina após a volta da cobrança do PIS/Cofins, R$ 0,12, sobre o biocombustível, que até então estava isento. “Com estas alterações, esperamos que a relação de preços entre os combustíveis chegue ao consumidor e o etanol se torne uma opção mais acessível”, disse.

Diesel – No entanto, a indústria de cana-de-açúcar, apesar do aumento do diferencial entre os preços da gasolina e do etanol, que é importante para o combustível renovável, vai ser penalizada com o aumento do PIS/Cofins do diesel, já que os custos de produção serão elevados. A alíquota incidente sobre o diesel passou de R$ 0,2480 para R$ 0,4615 nas refinarias.

“Nós gastamos em torno de 4 litros de diesel por tonelada de cana moída, que vai desde o plantio, passando pela colheita até o transporte. É um consumo considerável e, por isso, pode aumentar o custo”, disse.

Mercado - Para a analista de agronegócio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Ana Carolina Gomes, como o impacto do imposto será maior no combustível fóssil, a tendência é gerar mercado para o renovável.

“Quando se aumenta um imposto os preços para o consumidor são reajustados. Neste caso, a gasolina tende a perder a competitividade para o etanol. Com preços mais baratos, o consumo de etanol acaba sendo estimulado. Os carros de hoje possuem tecnologia que permite a flexibilidade e a decisão pelo economicamente mais viável deve acontecer”, explicou.

Ana Carolina ressalta que, por estarmos no período de safra da cana, as usinas estão em plenas condições de atender ao aumento da demanda.

A moagem de cana-de-açúcar em Minas Gerais deve recuar 4% na safra 2017/18, com o esmagamento de 61 milhões de toneladas. A produção total de etanol no Estado será de 2,33 bilhões de litros, queda de 12% frente ao volume gerado na safra anterior. No período, a produção de hidratado será de 1,38 bilhão de litros, queda de 12%.

(Fonte: Diário do Comércio – 24/07/17)

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