08 de Novembro de 2017
Notícias
A situação das rodovias brasileiras piorou em relação ao ano passado (2016), reflexo direto da redução de investimentos públicos em manutenção das estradas federais. De acordo com a pesquisa de rodovias realizada pela Confederação Nacional do Transportes (CNT), 61,8% das estradas do país estão em condições regular, ruim ou péssima.
Chama a atenção a situação das estradas nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará, donos dos maiores rebanhos e áreas de plantio do País.
O levantamento foi realizado por 24 equipes, que durante 30 dias percorreram 542 estradas federais e algumas estaduais, somando 106 mil quilômetros avaliados. De acordo com o levantamento, a piora mais acentuada foi no quesito sinalização, no qual a classificação como boa ou ótima caiu de 48,3% para 40,8%.
Os dados da 21.ª edição da pesquisa apontam piora na qualidade das estradas nacionais em relação ao ano passado, quando 58,2% apresentaram problemas. São avaliadas as condições de pavimento, sinalização e geometria da via. Em 2017, 38,2% dos trechos foram classificados como em bom ou ótimo estado, abaixo dos 41,8% em 2016.
Na qualidade do pavimento, a extensão classificada como regular, ruim ou péssima saiu de 48,3% para 50%. Sobre a geometria, o índice de baixa qualidade repetiu os números do ano passado, em 77,9% em condições regular, ruim ou péssima.
Orçamento
Para a CNT, a precariedade das estradas reflete a queda nos investimentos federais e a recessão dos últimos anos. Em 2011, o governo injetou R$ 11,2 bilhões nas estradas, volume que caiu para R$ 8,61 bilhões em 2016 – mesmo nível de 2008. Neste ano, de janeiro a junho, foram R$ 3,01 bilhões.
Segundo a entidade, apenas 12% da malha total de 1,735 milhão de quilômetros do País é pavimentada. “Dizem que o Brasil é rodoviarista, mas a realidade é que o Brasil não tem infraestrutura”, diz Flávio Benatti, presidente da seção de transporte rodoviário de cargas da CNT.
O Plano CNT de Transporte e Logística aponta que seriam necessários R$ 293,8 bilhões de investimentos na infraestrutura rodoviária para adequá-la à demanda nacional.
Pior trecho
O trecho das estradas entre Natividade (TO) e Barreiras, no oeste da Bahia, foi classificado como o pior do País. O traçado engloba BA-460, BA-460, BR-242, TO-040 e TO-280. No ranking da CNT, o trecho ficou na 109.ª posição, a pior do levantamento. A melhor estrada foi o trecho que liga São Paulo a Limeira (SP), entre SP-310, BR-364 e SP-348.
Em Mato Grosso, só 25,3% das estradas são consideradas ótimas ou boas, ante 74,7% em situação regular, ruim ou péssima. Em Mato Grosso do Sul, 34,2% estão em boas ou ótimas condições, enquanto 65,8% foram classificadas como regular, ruim ou péssima.
Em 2016, ocorreram 96.362 mil acidentes nas estradas do País policiadas, com 6.398 mortes. Apesar de as condições gerais das estradas terem piorado, o total foi inferior ao de 2015, quando ocorreram 121 mil acidentes, com 6.837 mortes.
(Fonte: Estado de Minas – 8/11)
Veja também
18 de Abril de 2024
Futuro do setor bioenergético brasileiro é tema de debate da Revista CanaOnlineNotícias
18 de Abril de 2024
Brasil apoia iniciativa indiana para sediar Aliança Global de BiocombustíveisNotícias
18 de Abril de 2024
Produtores brasileiros de etanol podem ser os primeiros beneficiados da indústria de SAFNotícias