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Commodities: altas também vieram da menor aversão ao risco com acordo EUA-China

16 de Dezembro de 2019

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Todos os derivativos negociados internacionalmente foram alavancados pela chamada fase 1 do acordo sino-americano. Independente das commodities condicionadas diretamente ao comércio entre os dois países, como a soja, e das que já possuem ou ganharão fundamentos positivos de alta, caso de todas, a percepção de menor risco levou os fundos a comprarem posições.

O dólar index (comparativo com uma cesta de moedas fortes) em queda e a sensação de maior segurança à economia dos Estados Unidos – como da China e, por definição, do mundo -, tirando um pouco do interesse por títulos do país, ajudaram a levar recursos para ativos de maior risco. As principais bolsas internacionais também fecharam em alta, tanto quanto a B3.

Como lembra Marlos Correa, da InSoy Commodities, o mercado nesta sexta (13) ficou nas mãos dos especuladores, que aproveitaram para diversificar o portfólio. “Ficaram comprados para vender mais a frente com as altas”, diz o analista.

Soja, milho, café, trigo e petróleo, por exemplo, estão entre os ganhadores dessa curva de liquidez à margem das variáveis dos respectivos balanços de oferta e demanda setoriais.

Adriano Gomes, da AgRural, também destaca o conjunto, porém com menor ênfase nesse viés de alta por substituição de ativos.

No caso da soja, as altas de 8,5 pontos, em todos os vencimentos, já vinham mais ou menos estabelecidas com a queda do dólar no Brasil, quando, depois da mínima da Bolsa de Chicago (CBOT), em 2 de novembro, “veio uma sequência de alta”.

Outro fator positivo, este sim com o acordo Estados Unidos-China influenciando para cima o fundamento, é que a demanda do país asiático pela oleaginosa americana é mais vantajosa, pelo custo menor, entre os quais a distância em milhas náuticas e a dinâmica dos portos, explica o diretor da InSoy.

Por isso o mercado também fica em alta. Ao contrário de que a oferta dos Estados Unidos mais fluída e sem ameaças da China – mais a brasileira e argentina – injetam maior disponibilidade no mundo, o que derrubaria as cotações, a demanda garantida anula os fatores de baixa.

Em paralelo à tabelinha do recuo à aversão ao risco, o milho e o café, menos influenciados pelo comércio entre as duas maiores economias globais, estavam também com linhas de altas asseguradas.

No caso do cereal, pelas fortes compras dos importadores e do consumo americano para suprirem as granjas exportadoras de suínos e aves à China. No caso do café, pelo déficit oferta-consumo puxado pelas vendas brasileiras e recuo dos estoques mundiais.

“O café já está consolidado que em 2020 vai ter volume menor, mas o horizonte mais desanuviado com o acordo ajuda a diminuir os riscos, sim, e injeta mais recursos nos derivativos”, descreve Jânio Zeferino, da AgroEasy.

O mesmo que em relação às cotações do petróleo tipo Brent em Londres (passou de US$ 65/barris, com mais de 1,30%), com o agravante positivo de que um mundo sem crise à vista precisará de mais combustível para movimentar a economia, como prevê também Martinho Ono, CEO da SCA Trading.

Fonte: Money Times - 13/12/2019

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