18 de Janeiro de 2017
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O custo dos combustíveis subiu mais para o consumidor do que na refinaria desde o lançamento da política de preços da estatal, há três meses. Dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo) mostram que, desde meados de outubro do ano passado, a gasolina acumula, na média, alta de 3,2% nas bombas, enquanto o diesel subiu 2,7%.
Os números são maiores que os reajustes praticados nas refinarias pela Petrobras, nos últimos três meses, uma alta de 1,8% nos preços da gasolina e de 2,5% no caso do diesel.
O descompasso acontece porque os preços são livres no mercado e, para cada mudança praticada pela estatal nas refinarias, os demais agentes da cadeia – como distribuidoras e postos de combustíveis – optam por repassar ou não o aumento ou redução dos custos de aquisição dos derivados para o consumidor final.
No final de outubro, dez dias após a companhia ter anunciado uma redução nos preços do diesel e gasolina, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, chegou a dizer que o fato de o corte ter demorado a chegar ao consumidor final era "decepcionante".
O levantamento da ANP sugere, ainda, que o repasse das distribuidoras foram maiores no caso da gasolina. As companhias do elo de distribuição aumentaram os preços do derivado, em média, em 3,7% desde meados de outubro – o dobro do reajuste acumulado nas refinarias no período.
No caso do diesel, por outro lado, as distribuidoras aumentaram os preços em 1,1%, número abaixo dos patamares dos reajustes da Petrobras, o que sinaliza que o repasse ao consumidor final se deu, em sua maior parte nos postos de combustíveis.
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) esclareceu que não tem conhecimento das políticas de preços de suas associadas, mas destacou que a composição do preço de venda ao consumidor final é “complexa”
A associação lembra que, além do preço de aquisição dos derivados, nas refinarias, o produto é influenciado também pelos tributos e fatores como os custos de logística, remuneração dos distribuidores e remuneração dos revendedores e “está sujeita às oscilações de oferta e demanda de um mercado livre”.
O Sindicom defendeu, ainda, que só custo do produto nas refinarias e os tributos são responsáveis por mais de 80% do preço final.
(Fonte: Valor Econômico – 17/01)
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