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Com cerca de 20 mil consultas por dia, app 'Olho na Bomba' ganha novas funções para monitorar os preços dos combustíveis

05 de Dezembro de 2018

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O aplicativo “Olho na Bomba”, que informa em tempo real o preço dos combustíveis em Goiás, registrou, em dois meses de funcionamento, 232 mil downloads e uma média de 20 mil consultas por dia. Os números são do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO) e da Universidade Federal de Goiás (UFG), responsáveis pela ferramenta. Também foram lançadas, nesta terça-feira (4), novas funções, como a informação do posto mais caro da cidade.

“Os dados revelam que a população estava precisando dessa ferramenta. Nosso objetivo é dar informação ao consumidor, fomentar a concorrência, em tese, 20 mil pessoas passaram a abastecer em locais mais baratos por dia e esperamos que isso gere um efeito positivo”, afirma o promotor de Justiça e coordenador do Centro de Apoio do Consumidor Rômulo Corrêa de Paula.

O aplicativo foi lançado em 25 de setembro de 2018 e pode ser baixado gratuitamente nos celulares. Nele é possível consultar o preço que a gasolina e o etanol são vendidos em cada posto, além da localização do estabelecimento. Se houver divergência no valor informado e o da bomba, o consumidor pode tirar uma foto da nota fiscal e denunciar a irregularidade.

Professor do Instituto de Informática da UFG, Adailton Ferreira de Araújo explica que a alta usabilidade do aplicativo proporcionou que os estudantes da universidade fizessem atualizações no sistema com base nos retornos passados pelos próprios usuários.

“Uma nova atualização foi criada baseada no feedback do usuário. Tivemos de redesenhar para que o usuário pudesse padronizar a sua preferência e que os preços fossem visualizados da forma mais usual possível”, conta o professor.

Novidades do “Olho na Bomba”:

Inclusão do filtro “mais caros” para a seleção dos postos;

Inclusão de novos tipos de combustíveis e variações;

Inclusão de formas de pagamento para a visualização do preço: dinheiro e cartão de crédito ou débito;

Percentual de preços entre o etanol e gasolina

Melhoria de desempenho ao traçar rotas e buscar postos

A previsão é de que haja novas atualizações até fevereiro de 2019. “Vamos melhorar a experiência para o consumidor que tem carro flexível. Hoje você seleciona só etanol ou gasolina em cada busca. Estender a capacidade de denúncia para outros tipos, como em relação a postos que não estão cadastrados. A gente quer facilitar o caminho para o usuário”, detalhou o professor.

Com as mudanças, o promotor acredita que o combate ao alinhamento de preços será mais eficaz. “A ferramenta de análise automática de dados vai ampliar a capacidade investigativa, vamos poder comparar preços, identificar postos que reajustam na mesma data e isso vai facilitar muito a investigação a respeito de cartéis”, destacou Rômulo.

Postos autuados

Até esta terça-feira, 1657 postos de combustíveis estão cadastrados, o que corresponde a 98,11% dos estabelecimentos em Goiás. No entanto, o promotor acredita que o índice é ainda menor, pois postos que estão registrados na Agência Nacional do Petróleo (ANP) podem não ter começado a funcionar e outros podem ter fechado.

Durante os dois meses de aplicativo, foram recebidas 506 denúncias de postos que tinham registrado no aplicativo preço diferente ao da bomba. Delas, 289 eram procedentes. Outras 89 estão em análise.

O CAO Consumidor encaminhou as reclamações verídicas ao Procon para que as devidas punições fossem aplicadas. Moradores de 128 municípios registraram divergências nos preços.

“O nosso consumidor tem sido nosso fiscal. Após o Ministério Público encaminhar s denúncia, o Procon instaura um processo administrativo e notifica a empresa para que apresente a defesa. A dosimetria da multa é feita com base no porte econômico do posto, da gravidade e na reincidência. A multa pode variar de R$ 612 a R$ 8 milhões”, afirmou o gerente de fiscalização do Procon-GO, Marcos Rosa de Araújo.

G1 - 04/12/2018

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