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CNPEM firma parceria de R$ 3,7 mi com estatal chinesa para pesquisas sobre biocombustíveis

06 de Setembro de 2019

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O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) acaba de firmar uma parceria com a gigante estatal chinesa Sinochem. O objetivo é a realização de pesquisas sobre alternativas tecnológicas para reduzir o uso de derivados de petróleo na produção de combustíveis e outros produtos que ainda dependem de matriz fóssil. Serão duas frentes de estudo, que buscam contribuir para a redução das emissões de carbono e oferecer recursos menos poluentes para a indústria.

A Sinochem é um dos maiores conglomerados químicos e de energia e opera atualmente com mais de 300 subsidiárias pelo mundo. A atuação no Brasil foi iniciada em 2011 com foco na área de petróleo, mas a organização reconhece a necessidade estratégica de investir em fontes renováveis para seguir atuando com relevância no futuro.

O projeto, a cargo do Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR, antigo CTBE), prevê investimento de R$ 3,7 milhões em dois anos para o desenvolvimento de rotas bioquímicas para a produção de etanol a partir de resíduos agroindustriais e de hidrocarbonetos renováveis.

“Para o etanol celulósico, vamos utilizar nossa plataforma biológica customizada bem como recentes descobertas que relacionam novas atividades enzimáticas para desenvolver um produto capaz de aumentar a produção do etanol de segunda geração, obtido a partir da sacarificação do bagaço e outras biomassas, conta Murakami.

A pesquisadora Letícia Zanphorlin, do LNBR, explica que o foco está em uma recente descoberta de reações bioquímicas para obtenção de cadeias longas em alcenos. “Quando pensamos na produção de hidrocarbonetos renováveis utilizando plataformas microbianas, entendemos que as enzimas são peças fundamentais na produção de alcenos e alcanos, que são normalmente obtidos a partir de rotas petroquímicas”, explica Zanphorlin.

O acordo de cooperação envolve o CNPEM, a EMBRAPII e a Sinochem, e é o primeiro projeto de pesquisa feito com a empresa chinesa. As questões cientificas são coordenadas por Mário Murakami e Letícia Zanphorlin em parceria com João Monnerat, responsável técnico-científico da empresa.

A parceria também poderá se beneficiar do laboratório Sirius para elucidar ao nível atômico reações bioquímicas que serão estudadas ao longo do projeto. Sirius é a nova fonte de luz síncrotron brasileira, tida como a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no País e uma das primeiras fontes de luz síncrotron de quarta geração do mundo.

CNPEM – 05/09/2019

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