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CNI se mobiliza contra alta de impostos

27 de Março de 2017

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O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse na sexta-feira que a entidade é contra aumento de tributos e que, se houver elevação de impostos na próxima semana, vai protestar. “Somos contra elevação de impostos, vamos protestar, discutir com o Congresso, com o presidente Michel Temer, com o ministro”, afirmou, após reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. 

Na sexta-feira, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) publicou anúncios em jornais criticando a possibilidade de aumento de impostos pelo governo Temer.

De acordo com Andrade, na reunião com Meirelles, não foi discutido o tema elevação de tributos. Ele disse que a entidade reconhece a necessidade do ajuste fiscal para que o País volte a crescer. “Se não tiver o conforto de ajuste nas contas públicas, certamente vamos ter erosão da atividade econômica e voltar dois anos atrás”, afirmou.

Ele defende, no entanto, que a conta seja fechada sem o aumento de tributos. Nesta semana, a equipe econômica indicou que o Orçamento de 2017 tem um rombo de R$ 58,1 bilhões, valor que será coberto por receitas que estão sob discussão judicial, contingenciamento e mais impostos.

“A conta não é simples de fechar, nem tem um único lado. Tem um somatório de ações, reduzir despesas e burocracia, deixar de investir em áreas não prioritárias”, afirmou. “Aumentar impostos deve ser a última das últimas possibilidades. Quem paga são os consumidores e a sociedade já está penalizada”, argumentou. 

Andrade entregou ao ministro uma lista de 11 projetos que a entidade quer que sejam enviados ou tenham a tramitação no Congresso Nacional priorizada, entre eles o do Programa de Recuperação Fiscal (Refis), que a indústria quer que seja ampliado, e da reforma do Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins).

 O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o rombo identificado no Orçamento deste ano, de cerca de R$ 58,2 bilhões - para além do déficit já previsto de R$ 139 bilhões - será coberto por cortes de gastos e aumento de tributos. Ele reforçou que a meta fiscal será cumprida.

Segundo o ministro, não serão criados novos impostos, mas serão elevadas alíquotas dos que já existem, como por exemplo o PIS/Cofins, ou o governo vai eliminar as desonerações de alguns setores. “Podemos pôr fim à desoneração em alguns setores que esperávamos que aumentassem a produção, mas não aumentaram”. A declaração foi dada em entrevista ao jornal SBT Brasil na noite da última quinta-feira.

Meirelles também disse que está em análise no governo corrigir a tabela do Imposto de Renda para a declaração de 2018. “Está em análise e devemos anunciar nos próximos dias”, afirmou.

 

(Fonte: Diário do Comércio – 25/03)

 

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