01 de Junho de 2020
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Há uma semana, a China eliminou as maciças tarifas de importação adotadas para os embarques adicionais de açúcar. Entretanto, o país mantém um controle rígido em relação às quantias que compra em uma tentativa de proteger a indústria local.
A nação asiática, que é membro da Organização Mundial do Comércio (OMC), está sujeita a um acordo que a obriga a criar cotas anuais de 1,95 milhão de toneladas para compra de açúcar a tarifas baixas. Para volumes que excedam esse limite, a China emite uma licença de importação sujeita a um imposto de 50%. Nos últimos três anos, o país ainda aplicou uma taxa extra de 35% a 45%.
Assim, embora o imposto adicional tenha expirado no final da semana passada, as tarifas de 50% permanecem.
Neste ano, o volume autorizado de importações extras autorizadas pelo governo chinês é de 1,35 milhão de toneladas. Este é o mesmo montante visto no ano passado, o que mantém o total muito abaixo das quase 5 milhões de toneladas de açúcar compradas em 2015, quanto atingiu o ponto mais alto.
“Há poucas chances de que mais licenças sejam emitidas, pois a indústria açucareira doméstica está sofrendo perdas com base nos preços globais atuais”, disse o gerente de fundos da Shanghai Buyun Investment, Zhan Xiao.
Em contrapartida, o analista da Xinhu Futures, Cao Kai, acredita que novas autorizações de importação podem ser emitidas futuramente, dependendo da recuperação na demanda. De acordo com ele, o consumo doméstico já registra uma melhora após a queda vista no primeiro trimestre do ano por conta da pandemia de coronavírus.
Para este ano, a expectativa é que haja um aumento no volume de açúcar importado do Brasil, o maior exportador mundial da commodity. Segundo Zhan Xiao, um dos principais fatores é a seca que reduziu a produção na Tailândia, outro grande produtor. Com isso, as importações brasileiras devem exceder o volume de 2 milhões de toneladas observado no ano passado.
A China iniciou uma investigação sobre as importações de açúcar em 2016, depois que as compras subiram e prejudicaram a indústria local. Isso levou a um aumento nas tarifas de importação e à repressão do contrabando vindo de países vizinhos, como Mianmar.
Fonte: Bloomberg - 29/05
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