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China diz que vai importar US$ 24 trilhões em 15 anos

12 de Dezembro de 2017

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O ministro de Comércio da China, Zhong Shan, estima que a segunda maior economia global vai importar US$ 24 trilhões de mercadorias e investir US$ 2 trilhões no exterior nos próximos 15 anos.

Enquanto os EUA colocam ênfase sobretudo em exportar e reduzir seu déficit na balança comercial, o ministro chinês insistiu que Pequim quer trabalhar com os outros membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) e avançar numa globalização mais aberta, inclusiva e na direção de "win-win" (onde todos ganham).

Zhong destacou na conferência da (OMC) que a China está pronta para avançar em negociações e ajudar países menores a se integrar melhor no sistema comercial.

"A globalização econômica é uma tendência irreversível e motor do crescimento global", afirmou. Para ele, as regras da OMC constituem salvaguarda crucial para a globalização econômica.

Por outro lado, a Indonésia, na coordenação do G-33, coalizão de países em desenvolvimento protecionistas na agricultura, afirma que o Brasil não exporta carnes para seu grande mercado por falta de iniciativa dos próprios brasileiros.

O G-33, que inclui China, Índia, Filipinas e Venezuela, insiste em obter na conferência da OMC duas concessões: primeiro, sinal verde para elevar subsídios para formação de estoques de alimentos por razões de segurança. E, segundo, poder subir tarifas no caso de alta significativa de importações agrícolas ou de queda de preços, por meio de salvaguarda especial.

O grupo rejeita barganha proposta pelo Brasil e outros exportadores agrícolas. O Brasil vincula as demandas à contrapartida de que os países negociem um limite no subsídio interno à agricultura que distorce o comércio - afetam preços e quantidades. E quer disciplinar os mecanismos propostos.

Perguntado o que o G-33 ofereceria a exportadores como o Brasil para aceitar um mecanismo de salvaguarda especial, que seria um retrocesso, o ministro indonésio de Comércio, Enggartiasto Lukita, avisou logo que não há barganha.

Para ele, o mecanismo é necessário para enfrentar volatilidade de preços e proteger milhões de pequenos agricultores. "Olhe, o Brasil não exporta carnes para a Indonésia porque precisa se mexer mais. Estamos aguardando até hoje um convite para enviarmos uma missão de inspeção [a estabelecimentos exportadores] no Brasil. E o convite não chega", disse.

O Brasil abriu duas queixas contra a Indonésia na OMC por causa de barreiras à sua exportação de carnes. O presidente Michel Temer planeja ir em janeiro a Jacarta. Hoje é sobretudo a carne da Austrália que continua tendo mais acesso ao enorme mercado indonésio.

Já Mercosul e Coreia do Sul avançaram na ideia de negociar um acordo de livre comércio. Mas os sul-coreanos precisam ainda de autorização do Parlamento.

Essas discussões coincidem com a pressão que a Coreia do Sul sofre do governo de Donald Trump para renegociar seu acordo de livre comércio com os EUA. Dessa forma, o que já foi ou vier a ser obtido por Washington pode ser uma referência para o Mercosul, na expectativa de fontes do setor privado.

Na negociação com os EUA, fechada em 2012, a Coreia do Sul se comprometeu a baixar gradualmente a tarifa de 40% na importação de carne bovina, que agora está em 24% para os americanos.

Isso ajudou na concorrência no segmento, já que a Coreia do Sul entrou em negociações de acordo de livre comércio também com Austrália, Canadá e Nova Zelândia. Atualmente, a tarifa para a carne bovina da Austrália é de 29%, e de 32% para Canadá e Nova Zelândia.

Graças ao acordo bilateral, a exportação americana de carne bovina para a Coreia do Sul subiu 82% entre 2012 e 2016. O país é o segundo maior comprador dos EUA.

No Mercosul, as estimativas são de um potencial para o agronegócio de mais de US$ 12 bilhões com os sul-coreanos. O país aplica nas importações agropecuárias tarifa média de 59,9%. Impõe ainda 27 medidas não tarifárias sobre produtos agropecuários brasileiros.

Já a Coreia do Sul quer melhor acesso para eletrônicos, telefone celular e automóveis.

Fonte: Valor Econômico – 12/12/17

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