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Cemig pesquisa produção de energia a partir da biomassa

25 de Setembro de 2017

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Minas pode expandir – e muito – a produção de energia a partir da biomassa, ou seja, proveniente de matéria orgânica. A constatação é de estudo que vem sendo realizado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e está em fase final, conforme informou ontem o engenheiro de tecnologia da estatal, Cláudio Homero Ferreira Silva.

Ainda segundo ele, junto ao estudo, a Cemig lançará um aplicativo que possibilitará ao interessado fazer o cálculo da quantidade de energia que pode ser produzida, bastando fornecer área e tipo de cultura. “Por enquanto, posso dizer que a expectativa de potencial energético (a partir da biomassa) é significativamente maior do que o que já existe instalado”, informou.

O estudo engloba todas as cidades mineiras. Cláudio Homero não forneceu detalhes do mapeamento, mas indicou que, no Estado, duas fontes de biomassa com grande potencial são os resíduos da cana-de-açúcar e dejetos bovinos. O Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste estão entre as áreas com grande possibilidade para geração desse tipo de energia, devido à intensa atividade agropecuária.

Segundo o engenheiro de tecnologia, o mapeamento teve início em 2014, dentro do programa Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Cemig, sendo que a parte técnica já foi finalizada. Em 2010, a Cemig fez o mapeamento do potencial eólico e, em 2015, foi a vez da energia solar. “Para completar o mapeamento da energia renovável, do ponto de vista de fontes, faltava a biomassa”, disse.

As fontes para a geração da biomassa são, prioritariamente, os resíduos sólidos urbanos, das culturas agrícolas e dos efluentes da pecuária. “Mas há uma grande diversidade de fontes. Eu posso ter biomassa do café, milho e outras fontes ainda incipientes, como mamona e macaúba”, explica.

O estudo traz o mapeamento de culturas potencialmente geradoras de biomassa e também traça metas. Cláudio Homero considera importante ressaltar que o levantamento é sazonal, já que as culturas mudam muito. Para compilar todas as informações, o levantamento contará com três publicações. Uma delas trará a discussão aprofundada sobre o assunto.

A segunda terá o atlas propriamente dito. Por fim, há um mapa único (de parede), sintetizando o potencial de todos os resíduos.  Também haverá o aplicativo.

“O documento reflete o passado dessas culturas, pois já foram colhidas. Mas também olha expectativa de potencial. É também uma forma de fomentar a discussão do tema e desenvolvimento de tecnologia”, disse.

De acordo com o engenheiro, em Minas, atualmente, há 52 empreendimentos que geram energia a partir da biomassa. Desse total, 82% utilizam o bagaço de cana.  A maioria usa a energia para consumo próprio, podendo haver excedente a ser vendido.

Cláudio Homero informa que a Cemig participa ativamente da comercialização de energia elétrica de modo geral. “Temos também a subsidiária integral Efficientia que trata de estudos de implantação comercial de projetos cujos resultados sejam o aumento da eficiência energética do consumo e da fonte de energia”, explicou.

Exemplo desse tipo de iniciativa vem da empresa Bem Brasil, fabricante de batata pré-frita congelada, que, em parceria com a Cemig, montou uma usina com uso de biomassa que gera toda a energia utilizada em sua fábrica em Perdizes, no Triângulo Mineiro.

 O gerente de produção da Bem Brasil, Célio Zero, informou que a energia vem do vapor gerado a partir de cavaco de madeira de eucalipto. O objetivo é que rejeitos da batata também sejam usados no processo. A usina gera 7 megawatts por hora.

Segundo informações da Cemig, a energia de biomassa é toda energia proveniente de matéria orgânica, como bagaço de cana, lenha, casca de arroz, galhos e folhas que podem ser transformados em combustíveis líquidos, sólidos e gasosos. Além de ser renovável, emite menos dióxido de carbono do que combustíveis fósseis e contribui para a redução do efeito estufa.

(Fonte: Diário do Comércio – 23/09/17)

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