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Cana e laranja mantêm São Paulo como maior Estado agrícola do país

25 de Outubro de 2017

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Impulsionado por cana-de-açúcar e laranja, São Paulo caminha para manter, em 2017, sua tradicional liderança nacional em valor da produção agropecuária.

Estimativas preliminares do Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria da Agricultura do Estado sinalizam que o montante total gerado pelo campo paulista ("da porteira para dentro") deverá alcançar R$ 77 bilhões este ano, 2,1% mais que em 2016. Deflacionado pelo IPCA de julho, contudo, o total previsto é 0,6% menor.

Com aumentos da colheita e dos preços, a cana mais uma vez é o carro-chefe da agropecuária estadual. Segundo o IEA, o volume colhido chegará a 447,5 milhões de toneladas em 2017, 2% superior ao do ano passado, e o preço médio pago ao produtor aumentará 12,7%, para R$ 72,15 a tonelada.

Assim, o valor da produção da cultura deverá atingir 32,3 bilhões, aumento nominal de 15% sobre 2016. Se confirmado o cenário, a cana representará 41,9% do VPA em São Paulo em 2017, ante os 37,2% no último ano.

Apesar de a cana prevalecer na área rural de São Paulo, a laranja é o destaque positivo mais expressivo deste ano no Estado.

O IEA prevê aumento de 22,1% da colheita total da fruta, para quase 320 milhões de caixas de 40,8 quilos -259,4 milhões das quais destinadas às indústrias de suco -, e variações positivas dos preços de 8,9% no caso da fruta para processamento e de 32,2% no da laranja para mesa. O valor da produção total tende a alcançar, portanto, R$ 7 bilhões, 39,2% acima de 2016.

Dos três produtos agropecuários que lideram o VPA em São Paulo, o ponto negativo é a carne bovina. Para ela, o IEA projeta produção de 62,8 milhões de arrobas, queda de 1,3%, e preço médio 8,7% inferior ao do ano passado (a R$ 139,82 por arroba). Resultado: valor da produção da carne deverá diminuir 9,9%, para R$ 8,8 bilhões, de acordo com as estimativas preliminares do IEA.

"Vilão" em 2016, em razão das adversidades provocadas pelo El Niño, o clima ajuda a explicar os avanços projetados para cana e laranja este ano.

A valorização do etanol nos últimos meses também favorece o VPA da cana, enquanto problemas na citricultura da Flórida e seus efeitos "altistas" sobre as cotações internacionais do suco colaboraram para o aumento do valor da laranja. Já o boi amargo reflexos negativos provenientes da Operação Carne Fraca e da delação dos irmãos Batista, donos da holding que controla a JBS.

O VPA total estimado pelo IEA (R$ 77 bilhões) em 2017 é superior ao projetado pelo Ministério da Agricultura para o Estado (R$ 73,2 bilhões). No ranking do ministério, São Paulo vai continuar em primeiro lugar entre os Estados com maior valor da produção agropecuária, à frente de Mato Grosso (R$ 68,9 bilhões), Paraná (R$ 63,8 bilhões) e Minas (R$ 54 bilhões).

Na análise que faz por grupos, o IEA destaca, finalmente, que foram os produtos para indústria que vão garantir o aumento projetado para o VPA paulista em 2017. Nessa frente, o incremento previsto é de 13,9%, para 40,7 bilhões. Nos demais grupos, apenas quedas.

Os produtos animais tendem a gerar um montante 4,8% menor (R$ 18,3 bilhões), grãos e fibras deverão registrar uma retração de 11,3%, para R$ 7,4 bilhões, para frutas frescas a queda estimada é de 4,7%, para R$ 7,2 bilhões, e no caso das olerícolas o cenário é de variação negativa de 26,4%, para 4,9 bilhões.

(Fonte: Valor Econômico – 25/10/17)

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