11 de Outubro de 2017
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Goiás é o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, perde apenas para São Paulo, e há estimativa de melhora nos patamares de produtividade em relação à safra 2017/2018, um crescimento de 7,5% e uma produção que pode chegar a 70 milhões de toneladas, conforme estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Um dos motivos para esse cenário positivo é a maior quantidade de chuva.
O analista técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) e da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Alexandro Alves, explica, no entanto, que para um resultado melhor que o registrado na safra passada (67 milhões de toneladas) é preciso ainda aguardar o resultado das chuvas e o comportamento da produtividade para que a colheita não termine mais cedo e se tenha o resultado esperado.
Um impulso que se refletirá em toda a cadeia e na economia, já que Goiás responde por mais de 10% da produção nacional. Por outro lado, é preciso considerar, como pondera que houve atraso no início pleno da colheita este ano em função do prolongamento das chuvas e a área a ser colhida também caiu 3%, passou de 962 mil hectares para 930 mil hectares. "O que compensa é a expectativa de aumento de produtividade".
Ele afirma que o Estado está entre os que possuem as condições mais favoráveis para o plantio. "São mais de 12 milhões de hectares aptos e o clima facilita com período bem definido de chuva e seca, tem a questão da declividade, áreas planas que facilitam a colheita, além de terras relativamente baratas ao se comparar com São Paulo e Minas Gerais. Há condições de crescimento e é líder em investimentos", descreve.
Já esse movimento de redução de área, segundo a Conab, tem relação com o fato de que as áreas de expansão para a cultura têm diminuído a cada safra, principalmente próximo às áreas de esmagamento. Isso porque há procura de áreas de terceiros e há renovação com variedades mais produtivas e resistentes a pragas e doenças.
Açúcar e etanol
Na distribuição do mix da produção, a destinação para fabricação de açúcar teve aumento de 14%, bem maior do que para o etanol nesta safra, que registou variação de 0,9%.
"A produção de açúcar deve passar de 2,1 milhões de toneladas para 2,3 milhões de toneladas em função de que no começo do ano o preço estava interessante no mercado internacional e muitas usinas firmaram contrato com clientes externos", pontua Alves. A produção goiana de açúcar é a quarta maior do Brasil.
O etanol terá decréscimo de 2%, o que o analista considera leve e pontual. Caiu de 4,4 bilhões de litros para 4,3 bilhões de litros. "Goiás é o segundo maior produtor de etanol, que é a maior produção, 75% da matéria-prima vai para o etanol e 25% para o açúcar".
O presidente dos Sindicatos da Indústria de Fabricação de Açúcar e de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar), André Rocha, completa que a diferença neste ano será pequena.
"O crescimento é pouco para o açúcar. E começou com ATR baixo e que não recuperou", argumenta Rocha sobre o Açúcar Total Recuperável (ATR) - o que representa a capacidade da cana de ser convertida em açúcar ou etanol. Para ele, que também é presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, a produção corre o risco de não ser tão melhor quanto a do ano passado pelo clima seco e é preciso aguardar.
"Nós ainda não alcançamos a safra passada até o início de setembro. Temos de lembrar que a safra passada foi inferior a de 2015/2016".
Para o diretor e presidente da Jalles Machado, Otávio Lage de Siqueira Filho, do meio desta safra para frente o etanol deve ter maior crescimento, o açúcar pode ter uma diminuição devido à diferença de preço e a expectativa ainda é positiva porque, no ano passado, houve quebra intensa e seca grande.
"A quebra de safra foi de quase 18% e isso foi ruim para a empresa, mas com o preço melhor conseguiu direcionar para o açúcar e isso ajudou a fazer receita e manter o faturamento com menos produtos. Este ano, a gente tem safra maior porque choveu mais", diz ao afirmar que a previsão da Jalles é de moer 4,6 milhões de toneladas de cana enquanto foram 4 milhões de toneladas em 2016.
Fonte: Mais Goiás - 09/10/17
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