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Câmbio leva Biosev a prejuízo no trimestre

07 de Junho de 2019

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O dólar voltou a ser um problema para os resultados da Biosev. Com um câmbio mais apreciado no 4º trimestre da safra 2018/19 (encerrado em março), a sucroalcooleira controlada da Louis Dreyfus Company (LDC) teve prejuízo de R$ 306,5 milhões no período.

Com isso, a Biosev encerrou mais uma temporada com um prejuízo líquido bilionário. Na safra 2018/19, a perda foi de R$ 1,2 bilhão - o oitavo resultado negativo consecutivo da companhia. Na safra anterior, o prejuízo foi maior, de R$ 1,3 bilhão.

A variação cambial foi determinante para o prejuízo do trimestre. Com a alta do dólar, que terminou o período 17% acima da cotação de um ano antes, o câmbio teve impacto contábil negativo de R$ 402,9 milhões. Sem isso, as despesas financeiras líquidas teriam sido menores (R$ 59,3 milhões). Na safra, a variação cambial pesou no balanço em mais de R$ 1 bilhão.

O desempenho operacional, por sua vez, foi afetado no trimestre pela piora do mercado de açúcar e pela inesperada queda dos preços do etanol no início do ano. "Esperávamos recuperação de preços em janeiro e fevereiro, mas só aconteceu em março", diz Juan José Blanchard, CEO da Biosev. Ele ressaltou, porém, que a companhia tem flexibilidade de alterar seu mix de produção quando mudanças no mercado ocorrem.

A menor necessidade de cumprir contratos de exportação de outras commodities também diminuiu o faturamento do trimestre. A receita líquida do trimestre caiu 35%, a R$ 1,3 bilhão, e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cedeu 30%, a R$ 333,8 milhões.

No total da safra 2018/19, a receita líquida (excluindo a contabilidade de hedge) caiu 13%, para R$ 6,3 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado recuou 30%, para R$ 306,9 milhões. O desempenho foi afetado não apenas pela situação no mercado de açúcar como pela menor moagem de cana. Blanchard, porém, destacou que a Biosev continua seguindo seu plano de eficiência operacional e reduziu despesas, o que permitiu um Ebitda maior por unidade de produto mesmo com uma safra menor. A companhia processou 29,2 milhões de toneladas de cana na temporada, queda de 10%.

A Biosev encerrou a safra 2018/19 com uma dívida líquida R$ 1,3 bilhão maior do que um ano antes, totalizando R$ 4,6 bilhões. A alavancagem saiu de 2,1 vezes no fim da safra anterior para 3 vezes no fim da passada.

Valor Econômico - 07/06/2019

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