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Bunge negocia venda de parte de trading de açúcar

20 de Julho de 2018

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A Bunge, gigante americana do agronegócio, negocia a venda de parte de sua unidade de trading de açúcar com a Wilmar International, uma das maiores negociantes de commodities agrícolas da Ásia, disseram pessoas informadas sobre o assunto.

As negociações se concentram na carteira de trading da Bunge na Ásia, disseram as pessoas, que pediram para não ser identificadas porque as discussões são privadas. Se o acordo sair, a Wilmar terá acesso à Tailândia, a segunda maior exportadora de açúcar do mundo, e também a clientes nos principais países importadores, disseram as pessoas.

As tradings de açúcar têm tido dificuldades para ganhar dinheiro nos últimos tempos devido ao excedente recorde, que limita as oportunidades de negociação e pressiona as margens. A Bunge anunciou em fevereiro que pretendia abandonar as operações internacionais de trading de açúcar, que também incluem negócio no Brasil, o maior produtor mundial.

O negócio faz parte da unidade de açúcar e bioenergia da Bunge, que sofreu prejuízos maiores no primeiro trimestre, da ordem de US$ 20 milhões.

Uma porta-voz da Bunge não respondeu imediatamente a mensagens em busca de comentários. A Wilmar não respondeu a um e-mail nem atendeu telefonemas em busca de comentários fora do horário comercial regular.

O açúcar apresenta um dos piores desempenhos do ano entre as principais commodities. Os contratos futuros do açúcar bruto caíram 27 por cento em Nova York devido ao excedente recorde desta temporada e à expectativa de oferta abundante novamente no ano que vem em meio à desaceleração do crescimento do consumo.

A Wilmar entrou no mercado do açúcar em 2010 e hoje é uma empresa importante, com oito usinas na Austrália e um amplo negócio de refino na Austrália, na Nova Zelândia e na Indonésia, a principal importadora de açúcar bruto. A trading com sede em Cingapura, que nos últimos tempos tem enfrentado prejuízos relacionados ao açúcar, mantém uma joint-venture no ramo do açúcar bruto no Brasil com a Raizen Energia, a maior produtora sucroalcooleira do País.

Em junho, a Bunge, que tem sede em White Plains, Nova York, foi forçada a adiar a oferta pública inicial da divisão brasileira de produção de açúcar e etanol e culpou a piora das condições do mercado. De 2011 para cá, 50 usinas foram fechadas e mais de 70 entraram com pedido de recuperação judicial no Brasil, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

Fonte: Bloomberg - 19/07/2018

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