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Brasil tenta compensação da China após maior taxa de importação de açúcar

02 de Junho de 2017

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O presidente do Conselho Deliberativo da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica-SP), Pedro Mizutani, disse nesta quinta-feira que o governo brasileiro ainda discute com a China uma compensação referente ao aumento da taxa de importação de açúcar pelo país asiático. “Estamos tentando contrapartidas, pois o Brasil é um grande exportador.

Trabalhamos com um aumento de cota (de importação) pelas refinarias chinesas”, disse nos bastidores do seminário Perspectivas para o Agribusiness 2017 e 2018, promovido pela B3, em São Paulo. Segundo ele, um encontro com autoridades da nação asiática ocorreu sexta-feira passada (26).

No dia 22 de maio, os chineses praticamente dobraram a taxa de importação de açúcar, na esteira da investigação de salvaguarda realizada pelo país. Desde então, a taxa que incide sobre as compras externas além da cota de 1,95 milhão de toneladas por ano foi elevada de 50% para 95%. Depois de um ano, a taxa vai cair para 90%; em dois anos, para 85%.

 É justamente essa cota que o Brasil quer que seja maior. Segundo Mizutani, o governo brasileiro ainda está avaliando a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra essa decisão.

Ainda quanto ao assunto importação, o presidente do Conselho da Unica-SP também defendeu a taxação de etanol comprado pelo Brasil. A entidade defende uma tarifa de 16% sobre a importação e diz que isso leva em consideração questões ambientais, já que o álcool de cana é menos poluente que o de milho, por exemplo, feito nos Estados Unidos.

 “Essa diferenciação ambiental tem de existir, assim como nosso etanol nos EUA tem um prêmio, por ser avançado”, disse.

Para Mizutani, a safra 2017/18 no Centro-Sul do Brasil caminha bem, com a projeção de moagem mantida pela Unica-SP em 585 milhões de toneladas. Apesar das chuvas em excesso em maio, ele explicou que, caso as condições climáticas se mantenham favoráveis nos próximos três meses, durante o pico de processamento, não haverá prejuízos à temporada.

Por fim, Mizutani destacou que não vê espaço para mais perdas para o açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). “Deve ficar entre 15 e 18 centavos de dólar por libra-peso”

(Fonte: Agência Estado - 01/06/17)

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