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Brasil fecha abril com criação de 59.856 empregos

17 de Maio de 2017

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O Brasil abriu 59.856 vagas de emprego formal em abril, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. Houve uma melhoria em quase todos os setores, como na agropecuária, principalmente relacionada à safra da cana de açúcar em São Paulo e o café em Minas Gerais. 

O resultado decorre de 1,141 milhão de admissões e 1,081 milhão de demissões.

Esse foi o primeiro resultado positivo para o mês desde 2014, quando foram abertas 105 mil vagas. Nos quatro primeiros meses de 2017, há ainda uma perda de 933 postos de trabalho com carteira assinada. Em 12 meses, há um fechamento de 969.896 vagas.

Apenas no setor de construção civil houve aumento do desemprego em abril, com 1.760 demissões líquidas no mês. No setor de serviços, foram abertos 24.712 postos de trabalho em abril, seguido pela agropecuária, com saldo positivo de 14.648 vagas.

Na indústria de transformação foram criadas 13.689 vagas, enquanto o comércio ganhou 5.327 empregos. Na administração pública, houve criação de 2.287 postos de trabalho. Por fim, o setor de extração mineral abriu 263 vagas.

O saldo positivo de 59.856 vagas de emprego formal em abril se concentrou no Centro-Sul do País, de acordo com o Caged. A região Sudeste registrou a abertura de 46.039 postos de trabalho no mês passado, seguido pelo Centro-Oeste, com 10 538 vagas criadas.

Na região Sul, houve um saldo positivo de 5.537 empregos. Já na região Norte, houve um fechamento de 1.139 vagas em abril, enquanto no Nordeste o saldo foi negativo em 1.119 vagas.

São Paulo liderou a criação de empregos no mês, com 30.227 vagas, seguido por Minas Gerais (14.818), Bahia (7.192), Goiás (7.170) e Paraná (6.742). Já Alagoas perdeu 4.008 postos de trabalho e foi a unidade da Federação com maior fechamento de vagas, seguido por Rio Grande do Sul (3.044) e Rio de Janeiro (2.554).

 O coordenador-geral de Estatísticas do Trabalho do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, ressaltou ontem que o setor da construção civil foi o único setor da economia com aumento do desemprego em abril - 1 760 demissões líquidas - por conta ainda da fraca atividade na construção de edifícios.

“Mas já há saldo positivo em construção de rodovias, ferrovias, com mais de 3.000 empregos, e para setor o elétrico, com mais de 600”, destacou. “Já a retomada do emprego na construção de edifícios e residências depende da recuperação do conjunto da economia, principalmente do crédito”, argumentou.

Já no setor de serviços, mesmo com a recuperação 24.712 postos de trabalho em abril, Magalhães destacou a queda de 1.060 vagas nas instituições financeiras. “Os anos de crise também afetaram o setor financeiro, que perdeu rentabilidade. Com certeza isso tem a ver com a reestruturação de bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, que reduziram a quantidade de agências e têm programas de demissão voluntária (PDV)”, acrescentou.

Magalhães explicou que o pico da geração de emprego no País - considerando todos os setores - costuma ocorrer nos meses de agosto, setembro e outubro, quando a indústria e o comércio contratam com vistas nas vendas de final de ano.

O coordenador destacou ainda que a abertura de 14.648 vagas de trabalho na agropecuária em abril está relacionada com a safra de cana-de-açúcar, principalmente em São Paulo, além do café em Minas Gerais.

 O coordenador-geral de Estatísticas do Trabalho destacou que o comércio varejista criou 6.588 vagas de emprego formal em abril em decorrência da reação da renda e dos saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

“O comércio varejista vinha sendo um grande vilão, mas agora a gente pode ver um resultado de fato positivo”, avaliou. “Hipermercados, supermercados e farmácias lideraram geração de vagas no setor”, detalhou.

Segundo ele, a melhora do emprego no varejo está relacionada à recuperação do poder aquisitivo da população, aliado à menor inflação. “Além disso, embora parte dos saques do FGTS tenha sido usado para a quitação de dívidas, uma parcela também foi direcionada para o consumo”, ressaltou. Já no comércio atacadista, houve queda de 1.261 postos de trabalho no mês passado.

(Fonte: Agência Estado – 17/05/17) 

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