31 de Janeiro de 2020
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O relatório considera indicadores de 104 mercados emergentes em transição energética, para medir a capacidade dos países de atrair capital para fontes de energia com baixa emissão de carbono.
O Brasil figura na terceira posição, atrás de Índia e Chile, e é apontado como promissor sobretudo graças ao avanço da energia eólica e solar fotovoltaica na matriz energética, que chegou a 18% em 2018. É um dos países com menor risco para geradores independes, entre os pares no topo do ranque.
De acordo com os indicadores considerados no estudo, o que inclui métricas de facilidade para fazer negócios, os leilões programados para os próximos dois anos no Brasil tornam-se ainda mais atraentes, com arrefecimento da crise macroeconômica.
O relatório destaca que o Brasil atraiu quase US$ 56 bilhões em novos investimentos para usinas de energia limpa entre 2009 e 2018 -- maior mercado da America Latina --, totalizando 28 GW de energia renovável na matriz energética.
A BloombergNEF conclui que a política energética brasileira é "abrangente e convidativa" para investimentos em renováveis e lembra que o país busca reduzir sua dependência de usinas hidrelétricas.
A Índia acelera a substituição do carvão e toma o topo do ranque. O Climatescope 2019 cita que o governo indiano estabeleceu uma das metas mais ambiciosas para promoção de energias renováveis do mundo, visando a instalação de 175 GW até 2022, sendo 100 GW provenientes da energia solar e 60 GW de fonte eólica.
A matriz energética da Índia conta com quase 25% de fontes renováveis. No total, são 81 GW capacidade do total de 356 GW.
O relatório elogia o ritmo do crescimento das fontes renováveis, em que novas adições de capacidade ultrapassaram o crescimento da indústria de carvão em 2017. Em 2018, o país ampliou em 19 GW a capacidade de geração com renováveis.
No Chile, destaque para a meta do governo, que prevê 20% de energia consumida em serviços públicos a partir de fontes renováveis até 2025. Depois de mais dez anos, a meta sobe para 60%.
O relatório, no entanto, ressalta que os recentes protestos contra o governo certamente abalaram o ambiente de investimentos no país -- o que não afetou a pontuação do país no ranking da BloombergNEF, que é baseado em dados coletados até o fim de 2018.
Alerta também para os gargalos no sistema de transmissão, por problemas na interconexão dos dois subsistemas existentes no país -- vem afetando em especial a geração solar, concentrada em regiões de menor consumo e com barreiras para escoamento para os maiores centros urbanos.
China derruba investimentos em energia limpa. Em quarto lugar no ranking, a China viu seus investimentos em caírem abruptamente em 2018 frente aos dados, puxando o resultado global para baixo.
O país investiu US$ 86 bilhões em renováveis em 2018. Em 2017 o total de investimentos na melhora do perfil da matriz energética chinesa foi de US$ 122 bilhões. O carvão ainda lidera, com 54% da capacidade e 65% da geração atual...
... Mas os valores caíram quase 10 pontos percentuais em seis anos. Atualmente a geração eólica e solar soma 20% da capacidade da matriz energética do país e 8% da geração. A velocidade dessa transformação mostra a capacidade da economia chinesa -- e o peso na indústria mundial, em caso de abalos econômicos.
A transformação regulatória é outro trunfo da China destacado pelo Climatescope 2019. Inovações recentes são a permissão de comércio de direitos de geração e a ampliação da integração entre diferentes regiões do país, mas permanence as incertezas sobre quão aberto o país está a novas empresas e modelos de negócio.
Quênia altera regulação para tentar atrair investimentos. Único país africano no topo da lista, é visto como uma promessa para o setor por aumentar a contribuição de fontes renováveis para sua rede, como solar, eólica e geotérmica.
Em 2018 as fontes renováveis (excluindo hidrelétricas) representaram 38% da capacidade do país e 49% da geração. No mesmo ano, os investimentos em energia limpa atingiram o recorde de US$ 1,4 bilhão, o que aponta para um crescimento sustentado das fontes limpas.
O relatório ressalta o avanço regulatório do país, com a atual mudança na regra de compensação da energia gerada de forma distribuída.
O governo tenta redesenhar o mercado, retirando incentivos da microgeração, para atrair investimentos para sistemas de maior capacidade, centralizados, por meio de leilões.
Fonte: Epbr – 30-01
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